BLOG DE CARLOS CAVALCANTI: NATAL E A SEGUNDA GUERRA MUNCIAL

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

NATAL E A SEGUNDA GUERRA MUNCIAL

RESUMO: Natal e a Segunda Guerra Mundial (Parte I)
Natal fora certamente, até meados do século XX, uma típica cidade provinciana. Com seu aspecto de vida regido por um incline às tendências europeias, especialmente francesas, principalmente no que diz respeito à etiqueta e vestimenta, a sociedade natalense parecia pouco susceptível à modernização. A cidade, em si, continuava a ter seu caráter diminuto, no que diz respeito à sua infraestrutura e número populacional. Muito provavelmente, na década de quarenta, contava com cerca de cinquenta a quarenta mil habitantes.
Seu cotidiano e sua estrutura seriam profundamente modificadas na década de quarenta, por um acontecimento de abrangência mundial, que estava a ocorrer: a segunda guerra mundial. De um lado estava os países do eixo, encabeçados pela Alemanha nazista de Hitler, e compostos também pela Itália fascista de Mussolini e pelo Japão, que começava a expandir seus territórios no Oriente. Do outro lado estavam os aliados, representados principalmente pelos EUA, URSS, Reino Unido e França.
Primeiramente, Vargas, então governante brasileiro de então (estado novo), mantivera uma evidente neutralidade. Não obstante, com a pressão e barganha norte-americana e com o bombardeamento de navios brasileiros, o Brasil entra na guerra ao lado dos aliados.
E onde Natal está neste enredo? Como uma cidade aparentemente insignificante poderia importar em tal conflito? Devemos lembrar que Natal encontrasse em um local estratégico, sendo um dos locais mais próximos da América da Europa e África. Hora, foi em Natal que se instalara a maior base aérea norte-americana fora dos EUA. Dessa base, Parnamirim fild, sairia o trampolim da vitória, uma ponte aérea que ligaria a América com as bases americanas no norte da África, facilitando o envio de tropas, mantimentos e materiais bélicos, que ajudariam na luta contra o eixo.
Em 1941, antes mesmo do Brasil entrar em guerra contra a Alemanha (1943), alguns aviões norte americanos passaram a realizar pousos na capital Norte-Riograndense, mas seria com a instalação oficial da base, após a visita do então presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt, a Natal, que a cidade passaria a receber em grande escala um grande número de “gringos”.
Uma base aérea será então construída na atual cidade de Parnamirim, e lá chegavam e iam os efetivos e materiais necessários para a continuação da guerra. Uma enorme pista de asfalto fora construída, para ligar a cidade ao aeroporto. Esta pista encontrasse onde hoje é a avenida Afonso Pena e Salgado Filho. Mas as mudanças não pararam só aí. O cotidiano da cidade mudaria radicalmente. Os ianques trouxeram consigo a sua afanada cultura americana: chicletes, Coca-Cola, cigarros e outros utensílios ganharam lugar de destaque, principalmente entre os jovens potiguares. O jeans se popularizou. A moda recorrente agora era a americana, marcada por visuais mais ousados e despojados, em contrapartida ao formalismo da sociedade natalense. Mas as mudanças não paravam por aí. Natal passava por um evidente momento de reajuste, na qual seus valores, modas e jeitos se modificavam em virtude de uma situação de exceção a qual passava.
Texto: Erick Matheus – Estudante de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
FONTE: http://www.onatalense.com.br/

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