“Conheça o que é museu” explica o processo de fruição das instituições
“Museu não é lugar para se guardar coisas velhas”, diz o autor Claudionor
Conrado Carlos
Editor de Cultura
Editor de Cultura
Após o sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014, empresários e agentes culturais analisaram as oito seleções que passarão por Natal sob a ótica de suas áreas de atuação. Entre comemorações e lamentos, ficou a certeza de que a oportunidade para vender o destino foi dada, pois além de um jogo que envolverá campeões mundiais (Itália x Uruguai), a cidade receberá uma partida da chave do Brasil (México x Camarões) e dois dos principais grupos de turistas, caso de americanos e japoneses. Mas, ao mesmo tempo em que as bolinhas mostradas por Fernanda Lima abriram o sorriso de entes públicos, a estrutura urbana (funcional e de entretenimento) da capital potiguar é motivo de preocupação. Exceto às praias, o que podemos oferecer para essa gente? Preocupado com o agora e o futuro, o professor aposentado de museologia da UFRN, Claudionor Barroso Barbalho, lançou no último dia 05 o livro “Conheça o que é o museu”.
Com experiência acadêmica e de trabalhos no Museu Câmara Cascudo, ele compôs a obra com o intuito de colaborar na montagem desse tipo de aparelho cultural importante para a manutenção da história e dos valores de um povo. “Museu não é lugar para se guardar coisas velhas”, diz o autor.
Passo a passo, o leitor tem uma gama de ensinamentos sobre o processo de fundação e apresentação de um museu que vai desde a história dos museus até a arrumação através da catalogação, sistema de exposição e recursos humanos necessários. “Senti que existe uma necessidade desse tipo de livro, em que todas as etapas de montagem de um museu são abordadas”.
Sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do RN e natural de Arez, ele destaca que o número de museus aumentou, mas ainda existe defasagem de estrutura e conteúdo.
Notícias sobre o museu da Rampa, bem como a reforma do Câmara Cascudo, são bem digeridas por quem tem pós-graduação em museologia desde 1977.”O livro tem a finalidade de auxiliar as pessoas interessadas em preservar coleções particulares ou criar museus regionais”. Endereçado a profissionais e curiosos, “Conheça o que é museu” saiu com uma tiragem de 300 exemplares, com recursos próprios. “É muito difícil publicar um livro. Os custos são altos”, diz Claudionor. Capítulos interessantes são destinados ao poder de comunicação que o ‘templo das musas’ (como sugere a origem do termo museu em grego) tem com suas peças e documentos de outrora, sob três ângulos diferentes – uni, bi e tridimensionalidade. Frequentador assíduo de museus da capital potiguar, o antropólogo Marcos Pacelli reclama da falta de cuidado com esse tipo de entidade cultural.
“A história do RN é muito rica, como tudo no Brasil. Mas o que vejo é um certo descaso com os museus. São várias estruturas deficitárias ou acervos desarrumados, o que desestimula o visitante. A importância que é dada ao aparelhos culturais mostra muito a cara de um povo. Ano que vem, quando chegar o período da Copa, isso será visto por turistas que procurarem nossa história em museus e sentirem dificuldade. Não existe forma melhor de fazer o turista voltar do que com sua cultura sendo bem vendida, bem mostrada”.
Marcos demonstrou interesse em adquirir o livro de Claudionor, por se tratar de uma obra didática, cuja temática é atual e conveniente. “Ele deveria ser obrigatório nas secretarias de cultura do Estado e da cidade”.
Sem fins lucrativos e em permanente serviço à sociedade, os museus exibem objetos que vão além da mera exposição do que fizeram nossos antepassados. Ali está preservada toda uma linguagem, todo um cabedal de patrimônio histórico material e imaterial de suma importância para a identidade de um local. Prédios que abrigam parte significativa do conhecimento de um povo, eles sofrem com a falta de sensibilidade dos gestores públicos que, mesmo com os avanços dos últimos anos, ainda têm muito que fazer. Se um dia, sua arquitetura serviu de marco em uma urbe, hoje vemos o processo de racionalização arquitetônica transformá-los em toneladas de vigas, cimento e tijolos impessoais, com ares de institutos científicos. O antropólogo Marcos é conclusivo. “Sem museus qualificados e bonitos, nenhum povo se educa ou fica civilizado. Pena que isso ainda não foi pensado dessa forma por quem detém o poder”.
Concerto
É hoje. Logo mais, às 22h, no Teatro Riachuelo, a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, conduzida pelo maestro Linus Lerner, prestará uma justa homenagem e auxiliará na manutenção da história cultural potiguar com o projeto Tonheca Dantas, O Maestro dos Sertões, compositor que há cem anos apresentou a valsa Royal Cinema. Serão treze números, também lançados em CD, com o melhor do homem que saiu de Carnaúba dos Dantas para deixar um rico acervo de temas eruditos e populares desconhecidos do público local.
É hoje. Logo mais, às 22h, no Teatro Riachuelo, a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, conduzida pelo maestro Linus Lerner, prestará uma justa homenagem e auxiliará na manutenção da história cultural potiguar com o projeto Tonheca Dantas, O Maestro dos Sertões, compositor que há cem anos apresentou a valsa Royal Cinema. Serão treze números, também lançados em CD, com o melhor do homem que saiu de Carnaúba dos Dantas para deixar um rico acervo de temas eruditos e populares desconhecidos do público local.
Conte outra vez
O Corpo de Baile do Sesc RN vai levar o público a um passeio pelos pontos turísticos potiguares com o espetáculo “O Sítio do pica-pau amarelo em uma viagem à terra encantada”, inspirada na obra de Monteiro Lobato. A apresentação gratuita integra mais uma edição do projeto Conte Outra Vez, e acontece sexta-feira (13), às 20h, no Sesc Zona Norte. Ao todo, sobem ao palco 300 bailarinos, como personagens que interagem em lugares como o Forte dos Reis Magos, Morro do Careca, dunas de Genipabu.
O Corpo de Baile do Sesc RN vai levar o público a um passeio pelos pontos turísticos potiguares com o espetáculo “O Sítio do pica-pau amarelo em uma viagem à terra encantada”, inspirada na obra de Monteiro Lobato. A apresentação gratuita integra mais uma edição do projeto Conte Outra Vez, e acontece sexta-feira (13), às 20h, no Sesc Zona Norte. Ao todo, sobem ao palco 300 bailarinos, como personagens que interagem em lugares como o Forte dos Reis Magos, Morro do Careca, dunas de Genipabu.
Pensamento
O Festival Mythos-Logos do Imaginário, desenvolvido pelo Departamento de Ciências Sociais da UFRN, encerra a programação 2013 na sexta-feira (13). Na ocasião, a professora da UFPE, Danielle R. Pitta, ministra a palestra “Arte e Imaginário na perspectiva de Gilbert Durand”, das 15h às 18h, no auditório do Centro de Educação (CE). Logo após a palestra, será formada a mesa de encerramento do Festival, das 17h às 19h. O evento promoveu atividades, como mesas literárias, exibição de filmes e debates, minicursos, mostras fotográficas e lançamentos de livros.
O Festival Mythos-Logos do Imaginário, desenvolvido pelo Departamento de Ciências Sociais da UFRN, encerra a programação 2013 na sexta-feira (13). Na ocasião, a professora da UFPE, Danielle R. Pitta, ministra a palestra “Arte e Imaginário na perspectiva de Gilbert Durand”, das 15h às 18h, no auditório do Centro de Educação (CE). Logo após a palestra, será formada a mesa de encerramento do Festival, das 17h às 19h. O evento promoveu atividades, como mesas literárias, exibição de filmes e debates, minicursos, mostras fotográficas e lançamentos de livros.
Russos
A Editora 34 acaba de lançar dois livros essenciais para quem gosta de literatura russa. Parte da Coleção Leste, “Memórias de um Caçador”, coleção de 25 contos de Ivan Turguêniev, registrou a eclosão do autor de “Pais e Filhos” como primeiro russo a fazer sucesso no exterior. Enquanto “Três Anos” é uma novela que Anton Tchekhov escreveu após a longa viagem à Ilha de Sacalina, no extremo oriente do maior país do mundo.
A Editora 34 acaba de lançar dois livros essenciais para quem gosta de literatura russa. Parte da Coleção Leste, “Memórias de um Caçador”, coleção de 25 contos de Ivan Turguêniev, registrou a eclosão do autor de “Pais e Filhos” como primeiro russo a fazer sucesso no exterior. Enquanto “Três Anos” é uma novela que Anton Tchekhov escreveu após a longa viagem à Ilha de Sacalina, no extremo oriente do maior país do mundo.
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