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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Origem da Família Cavalcanti: a saga da maior família do Brasil

Como o casamento entre um nobre florentino e uma mameluca pernambucana deu origem ao poderoso clã dos Cavalcantis, a maior família do país

Milhares de turistas brasileiros que visitam Florença para conhecer sua famosa catedral ou admirar as obras da Renascença na Galeria Uffizi não costumam prestar atenção na placa de rua da Via Porta Rossa, uma pequena travessa da Via dei Calzaiuoli – essa, sim, conhecida, por causa de suas lojas, como a mais animada da cidade. Logo abaixo da placa de mármore da Via Porta Rossa, há outra menor, indicando que a rua já foi chamada de Via Cavalcanti, nome de uma tradicional família florentina cujos antepassados enriqueceram com o comércio e, entre os séculos 11 e 16, ocuparam postos importantes na cidade. Dentre os Cavalcantis de Florença, o que ficou mais conhecido foi o poeta Guido Cavalcanti, amigo de Dante Alighieri, que não apenas lhe dedicou um soneto como também citou a família na Divina Comédia (ainda que tenha colocado os Cavalcantis no inferno, assim como a maioria das famílias ricas de Florença). Após o século 16, contudo, o sobrenome Cavalcanti entrou em declínio na Europa e hoje é difícil encontrá-lo na cidade italiana. Em compensação, quando o jovem florentino Filippo Cavalcanti decidiu atravessar o Atlântico em algum momento da década de 1560 para operar engenhos de açúcar em Pernambuco, ele fundou, sem saber, aquela que hoje é considerada a maior família brasileira.
Maior família brasileira? Mas esse posto não deveria pertencer aos brasileiríssimos “Silva”? “Na verdade, o sobrenome Silva é mais numeroso, mas os Silvas são oriundos de famílias diferentes, enquanto os Cavalcantis descendem todos do mesmo ancestral”, afirma Carlos Barata, autor do Dicionário das Famílias Brasileiras e presidente do Colégio Brasileiro de Genealogia.
Ele concluiu que a família Cavalcanti (ou Cavalcante, a variante aportuguesada) é a maior do país após pesquisar por mais de dez anos os descendentes das primeiras famílias a chegar ao Brasil. “Tomei como ponto de partida as famílias brasileiras no início da colonização e identifiquei o número de descendentes por volta do século 17”, diz o genealogista. “Nesse período, os descendentes de Filippo Cavalcanti já apareciam às centenas, numa expansão impressionante.” Mas, afinal, qual a origem de Filippo Cavalcanti e o que o teria feito trocar Florença, uma das cidades mais ricas do mundo, pela distante Pernambuco?
Se hoje os consumidores aguardam com ansiedade por um novo lançamento da Apple, no século 16 boa parte do mundo desejava os produtos importados por Florença. Centro artístico e financeiro do planeta, as casas de comércio da cidade tinham sucursais espalhadas pelas principais capitais europeias, de onde negociavam artigos de luxo, como tecidos caros, obras de arte de grandes artistas da Renascença.
E, especialmente, faziam empréstimos e outras transações financeiras que deram origem aos bancos modernos. Uma dessas casas florentinas que operam em Londres, a Bardi e Cavalcanti, era comandada pelo pai de Filippo, Giovanni Cavalcanti, e tinha como principal cliente o próprio rei da Inglaterra. Além de famoso pelos 6 casamentos, Henrique 8º era músico e poeta. Enfim, um monarca de gosto refinado e ávido por trazer à sua corte um pouco do esplendor artístico das cidades italianas. Para isso, contava com Giovanni, que mantinha correspondência com gente como Michelângelo e é citado pelo primeiro biógrafo dos artistas italianos, Giorgio Vasari, no livro As Vidas dos Artistas, pela encomenda de uma obra do pintor Rosso Fiorentino. Recentemente, o pesquisador Marcelo Bezerra Cavalcanti, coautor do livro Os Cavalcantis: na Itália, no Brasil, encontrou num arquivo de Florença uma carta de Henrique 8º endereçada a Giovanni em solidariedade a um confisco de bens de que sua casa comercial fora alvo em Florença.
Mas, se a vida de Giovanni Cavalcanti é relativamente bem conhecida, as razões que trouxeram seu filho Filippo ao Brasil permanecem vagas. Sabe-se que em 1558 ele se encontrava em Lisboa quando pediu uma Certidão de Nobreza ao duque Cosimo de Medici, que respondeu atestando que os Cavalcantis em Florença “resplandecem com singular nobreza e luzimento”. Enfim, uma carta de recomendação importante em um tempo em que a linhagem familiar valia bem mais para o mundo dos negócios do que hoje vale um MBA de Harvard. Até agora, há duas hipóteses sobre a viagem do jovem Filippo ao Brasil – e não necessariamente excludentes. A primeira, clara, era o interesse no comércio de açúcar, que apesar da recente expansão de produção ainda era considerado um artigo de luxo na Europa. O historiador Sérgio Buarque de Holanda, após viver dois anos na Itália na década de 1950, ensinando na Universidade de Roma, escreveu um artigo sobre os projetos de colonização e comércio toscanos no Brasil durante o tempo do grão-duque Fernando I (1587-1609), mostrando como a costa brasileira já estava na mira dos italianos há tempos. Antes mesmo de o Nordeste se tornar uma potência mundial na produção do açúcar, o interesse comercial dos italianos nas técnicas de plantio, produção e refino fez com que muitos viajassem para as ilhas portuguesas no Atlântico, que serviram de modelo para a futura colonização do Nordeste. Assim como fariam mais tarde os holandeses, comerciantes de Gênova, Florença e Veneza eram especialistas na importação desses artigos do Novo Mundo para reexportá-los com boa margem de lucro para o resto da Europa.
Além do interesse no açúcar, outro motivo que pode ter trazido Filippo ao Brasil foi buscar refúgio das sanguinolentas disputas de poder em Florença, descritas pela primeira vez com realismo anos antes por Nicolau Maquiavel. No lugar de um poder central forte nas mãos de um monarca, a exemplo de outros nascentes Estados europeus, como Portugal, França e Espanha, o poder na instável República Florentina só era alcançado por meio de conchavos e arranjos políticos bancados pelas famílias mais ricas da cidade. Em meio a esse sistema de rodízio de mando, nem mesmo a toda-poderosa família Medici estava livre de golpes, conspirações e tentativas de assassinato, que ocorriam em qualquer lugar. Em 1478, por exemplo, o jovem Juliano de Medici foi assassinado em plena catedral de Florença, alvo de um atentado planejado pela família Pazzi – que também pretendia matar o irmão de Juliano, Lorenzo de Medici, que se salvou ao conseguiu se esconder na sacristia. Em 1559, ano em que Filippo Cavalcanti já estava em Lisboa, outra conspiração contra os Medicis, desta vez para assassinar o grão-duque Cosimo 1º, foi descoberta a tempo.
Conhecida como conspiração Pandolfo Pucci (pelo membro da família Pucci que tomou parte e foi condenado à morte), o planejamento teria contado com participantes de outras famílias, incluindo Bartolomeu Cavalcanti, parente de Filippo. “Ainda que Filippo Cavalcanti não tenha tido nenhuma ligação com o atentado, era prudente que permanecesse longe de Florença”, diz a historiadora Rosa Sampaio Torres, que estuda as ligações dos clã com os movimentos políticos da época. Segundo a historiadora, a trajetória republicana dos Cavalcantis em Florença teria influenciado os movimentos de inconformismo político que marcariam Pernambuco nos séculos seguintes, por exemplo.
Motivações políticas à parte, o fato é que, no Brasil, Filippo Cavalcanti tratou logo de arranjar uma noiva para se associar às famílias importantes da região. E a jovem Catarina de Albuquerque preenchia tais requisitos. Filha do português Jerônimo de Albuquerque (cunhado de Duarte Coelho, donatário de Pernambuco) com a índia Tabira, Catarina era uma legítima mameluca brasileira. Conta a história que sua mãe salvou Jerônimo de ser morto pelos tabajaras após o capitão português ser atingido em um dos olhos por uma flecha. Ao casar com a índia, Jerônimo selou a paz com os índios e batizou a esposa com o nome cristão de Maria do Espírito Santo Arcoverde. Com seu casamento, Filippo Cavalcanti não apenas ingressou na família dos donatários portugueses, como também definiu um dos padrões genéticos das famílias brasileiras, segundo pesquisas da Universidade Federal de Minas Gerais, pelas quais 90% dos brasileiros tinham genes europeus do lado paterno e 60%, genes ameríndios ou africanos por parte de mãe.
No total, Catarina e Filippo tiveram 11 filhos (foram 12, mas o primogênito morreu na infância). Um bom número de descendentes, mas não anormal para a época. O sogro de Filippo, Jerônimo de Albuquerque, teve 24 filhos, o que lhe valeu o apelido de Adão Pernambucano. Apesar de a prole de Jerônimo de Albuquerque ser maior do que a do genro, por algum motivo o sobrenome Cavalcanti aparece em maior quantidade nas gerações seguintes”, diz o genealogista Fábio Arruda de Lima, há mais de dez anos dedicado a pesquisar a origem dos sobrenomes de famílias nordestinas por meio dos engenhos da região.
Para o genealogista Lima, o sobrenome pode ter se espalhado graças a um reforço feminino. “Muitas mulheres preservaram o sobrenome associado ao do marido, formando relações entre os Cavalcantis e outras famílias importantes, com ramos como Holanda Cavalcanti, Albuquerque Cavalcanti e Acioli Cavalcanti, por exemplo.”
Desde que Fillipo recebeu a doação em 1572 de uma sesmaria para montar o primeiro dos 3 engenhos que viria a ter em Pernambuco, os Cavalcantis se expandiram ligados à açucarocracia local, tendo seus engenhos mais tarde descritos nos relatórios da Companhia das Índias Ocidentais, durante o período da invasão holandesa no Nordeste (1630-1654). A tradição perdurou até o século 19, quando um dos ramos da família em Pernambuco passou a ocupar cargos no Império.
É o caso, por exemplo, dos Cavalcanti de Albuquerque, que por mais de uma vez foram presidentes de Pernambuco (o equivalente ao atual cargo de governador), ocuparam cadeiras na Câmara, no Senado e em ministérios importantes de dom Pedro 2º, como o da fazenda e da guerra, e receberam do imperador o título de visconde. De tanto poder, surgiu nesse período uma estrofe que circulava na região: “Quem nasceu em Pernambuco, há de estar desenganado: ou se é um Cavalcanti ou se é um cavalgado”. Quando, na virada do século 19 para o 20, as plantações de café no Sudeste sobrepujaram as de açúcar no Nordeste, os Cavalcantis já haviam se espalhado por todo o país. No momento em que a presença italiana atingiu o apogeu por aqui, quase mais ninguém associava os Cavalcantis ao florentino que, no século 16, saiu da Toscana para fundar engenhos em Pernambuco. Diferentemente dos recém-imigrados da Itália, os Cavalcantis já tinham mais de três séculos de presença no Brasil. Não é à toa que, mesmo quem não tem o sobrenome Cavalcanti pode ser descendente de Filippo. Alguns exemplos: o compositor Chico Buarque de Holanda (descendente dos Holanda Cavalcanti), o escritor Ariano Suassuna (Suassuna foi o nome de um engenho dos Cavalcantis) e o jurista Evandro Lins e Silva. Todos, por sua vez, são primos distantes de PC (Cavalcanti) Farias, do comediante Tom Cavalcante e de outros milhões que tornaram os Cavalcantis uma família brasileiríssima, com ou sem Silva.

O BRASÃO
O brasão original, florentino, era prateado com cruzetas vermelhas. No Brasil, o escudo foi incrementado com outros padrões, como o leão rampante, duas flores-de-lis (um símbolo da origem nobre da família), um elmo de prata com um hipogrifo – criatura lendária com corpo de égua e cabeça de águia.

O POETA
Guido (1255-1300), o mais famoso Cavalcanti florentino, foi amigo de Dante Alighieri, poeta e político célebre.

Saiba Mais
LIVRO
Os Cavalcantis, Cássia Albuquerque, Fábio Arruda de Lima, Marcelo Bezerra Cavalcanti e Francisco Antonio Doria, Edições do Jardim da Casa, 2011





armas armas do Visconde de Albuquerque e dos Cavalcanti de Albuquerque

VISCONDE DE ALBUQUERQUE
1 - O Visconde com grandeza de ALBUQUERQUE foi Antonio Francisco de Paula Hollanda Cavalcanti de Albuquerque, que nasceu em PE em 21 de Agosto de 1797. Faleceu no RJ em 14 de Abril de 1863. Era filho do Capitão-Mor Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque e de Maria Rita de Albuquerque Mello; neto paterno do Coronel Francisco Xavier Cavalcanti de Albuquerque e materno do Tenente-Coronel Antonio de Hollanda Cavalcanti de Albuquerque e de Maria Manuela de Mello. Casou com Emilia Cavalcanti de Albuquerque, filha do Conselheiro Senador Manuel Caetano de Almeida e Albuquerque e de Emilia Amália de Albuquerque. Sentou praça aos dez anos como cadete sendo promovido mais tarde a Tenente-Coronel, posto em que foi reformado. Foi lente da Escola Real de Pelotas. Deputado por sua província na 1ª legislatura de 1826 a 1829, na 2ª e 3ª de 1830 a 1837. Senador em 1838.Ministro da Fazenda do 8º gabinete de 1829 , da mesma pasta no 9º de 1831, do Império e da Fazenda no 2º de 1832, da Regência Permanente; da Marinha no 1º gabinete de 1840 e no 4º de 1844,da Fazenda e Marinha no 6º de 1846 e finalmente da Fazenda no 18º gabinete de 1862. Era conselheiro de Estado extraordinário e ordinário em 1850;do gabinete de SM,Gentil-Homem da Imperial Câmara,Dignitário da Ordem do Cruzeiro e Cavaleiro de Cristo.
Colaborador:
Pedro Auler - foto do Visconde. Fonte: "A Grande Politica - Balanço do Imperio no Reinado Actual - Liberaes e Conservadores - estudo politico-financeiro", Tito Franco d'Almeida (Rio de Janeiro: Imperial Instituto Artistico, 1877).
BARÃO DE ALBUQUERQUE
2 - O barão de ALBUQUERQUE foi Manuel Arthur de Hollanda Cavalcanti de Albuquerque. Era filho de Antonio Francisco de Paula e HollandaCavalcanti de Albuquerque, visconde com grandeza, acima descrito, Bacharel em direito, foi Deputado Geral pela província de PE na 15ª legislatura de 1872-1875 e na 16ª de 1878. Moço Fidalgo com exercício na Casa Imperial e Cavaleiro da Real Ordem de N.S. da Conceição de Vila Viçosa de Portugal.Cavaleiro da Casa Imperial e da Legião de Honra.
VISCONDE E BARÃO DE CAMARAGIBE
3 -O barão e visconde com grandeza de CAMARAGIBE foi Pedro Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque que nasceu no município de Jaboatão,em Pernambuco a 19 de Abril de 1806 e faleceu em Camaragibe, PE a 02 de Dezembro de 1875.
Filho do capitão-mor Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque e de Maria Rita de Albuquerque Mello, que eram também pais dos viscondes de Suassuna, do visconde de Albuquerque e do barão de Muribeca.
Fez o curso de humanidades em PE, estudou dois anos na Universidade de Coimbra e seguiu o curso da Universidade de Gottingen na Alemanha, onde doutorou-se em 1827, Voltando ao Brasil foi nomeado lente da Academia de SP em 1829 e depois da Academia de Olinda em 1830, onde regeu a cadeira de Direito Civil, Diretor da Faculdade de Direito do Recife, jubilou-se em 1875, resignando a percepção dos honorários a que tinha direito.Presidiu a Província de PE em 1859, tendo sido seu Vice-Presidente em 1844. Deputado Provincial diversas vezes, sempre eleito Presidente da Câmara; foi Deputado a Assembléia Geral em seis legislaturas tendo presidido a Câmara diversas vezes. Senador por sua Província, nomeado em 1869, era do Conselho de S.Magestade, Grande do Império, Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial, Gra-Cruz da I.Ordem de Cristo, Comendador da Ordem de N.S. da Conceição de Vila Viçosa de Portugal.
BARÃO E BARONESA DE ABIAÍ
4 -O barão de ABIHAY foi Silvino Elvídio Carneiro da Cunha.Natural da província da Paraíba, onde nasceu em 31 de Agosto de 1831 e faleceu a bordo do vapor Olinda, pouco depois de chegar em Recife, em 8 de Abril de 1892. Era filho de Manuel Florentino Carneiro da Cunha. Bacharel em direito pela Faculdade de Olinda em 1853. Foi Presidente das províncias do Maranhão, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e de Sergipe. Inspetor da Alfândega da Paraíba, Deputado Provincial desde 1855 até 1870 na Província da Paraíba do Norte. Delegado de Polícia, Promotor Público e Secretário do Governo, foi também Diretor da instrução Pública e Procurador Fiscal da Fazenda, nessa província. Foi Inspetor das Alfândegas da Paraíba de Manaus e do Maranhão. Era membro do IHGB de Pernambuco, Oficial do Mérito Agrícola e da Legião de Honra da França e Comendador da Imperial Ordem da Rosa e da de Cristo.Era Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial.
Silvino Elpídio Carneiro da Cunha - agraciado com o título (Dec 03.08.1888) de Barão de Abiahy , Abiaí na moderna grafia. Foi casado com Adelina BezerraCavalcanti de Albuquerque, Baronesa de Abiaí, nascida em 1850, "moça de rara beleza, e de rara cultura: pianista e poliglota. Gastou a vida fazendo caridade" .

Colaboradora: Regina Cascão - Fonte: "Genealogia dos Albuquerques e Cavalcantis", de Adalzira Bettencourt.
VISCONDE E BARÃO DE BOA VISTA
5 - O 1º barão com grandeza, visconde com grandeza e conde de BOA VISTA, foi Francisco do Rego Barros. Ele nasceu no Engenho do Trapiche no cabo de S.Agostinho em Pernambuco em 4 de Fevereiro de 1802 e faleceu em Pernambuco em 4 de Outubro de 1870. Foi filho do Coronel Francisco do Rego Barros, fidalgo Cavaleiro, coronel de Milícias e de sua mulher D.Mariana Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque. Neto paterno de Sebastião Antonio de Barros e Mello, fidalgo Cavaleiro e Professo na Ordem de Cristo e de sua mulher Maria de Albuquerque e Mello e materno do coronel Francisco Xavier Cavalcanti e de sua mulher Felippa Cavalcanti de Albuquerque. Era irmão do barão de IPOJUCA, João do Rego Barros. Casou-se com Ana Maria Cavalcanti do Rego Barros. Foi bacharel em Matemáticas pela Universidade de Paris, foi brigadeiro do Exercito, Deputado a Assembléia Geral por Pernambuco na 2,3,4,5,6 e oitava legislaturas de 1830 a 1852. Senador por essa Província em 1850. presidente da mesma duas vezes de 1837 a 1841 e de 1841 a 1844, foi também Presidente da Província.do RS em 1865 e seu Comandante das Armas. Grande do Império, Vereador de S.M. a Imperatriz, Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial, Dignitário da I.Ordem do Cruzeiro, Cavaleiro da I.Ordem da Rosa, de S.Bento de Aviz, Comendador da Real Ordem de Cristo de Portugal, membro do IHGB.
BARÃO DE BUIQUE
6 - O barão de BUIQUE foi Francisco Alves Cavalcanti Camboim que nasceu na Província.de PE e faleceu em 1895 ou pouco depois em avançada idade, cerca de 85 anos? Casou-se com Ana de Siqueira Cavalcanti Camboim.
Foi deputado a 1 legislatura da Assembléia Provincial de Pernambuco, biênio de 1835-1837. Em 1893 foi eleito Prefeito do município do Brejo. Era comandante Superior da Guarda Nacional,fazendeiro, proprietário da fazenda do Poço,no Brejo de Madre de Deus, em PE e Oficial da Imperial Ordem da Rosa.
Francisco Alves Cavalcanti Camboim - agraciado com o título ( Dec 17.05.1871 ) de Barão de Buique. Filho do Alferes Francisco Alves da Silva e de Leonarda Bezerra Cavalcanti de Albuquerque.O Alferes era natural de Serra Verde-PE e contraiu diferentes núpcias, das quais nasceu o Cel. José Moreira Alves da Silva casado com Maria Bezerra de Andrade, pais do Barão de Caxangá e de D. Maria Libia Wanderley, esta esposa do Barão de Serinhaém. Neto materno de Ursula Jeronima Cavalcanti e o Capitão André Cavalcanti de Albuquerque. Nasceu em 1810 e faleceu em 02.02.1896, com 85 anos, no Brejo da Madre de Deus. Coronel Comandante Superior das Armas do Brejo da Madre de Deus, onde possuía a Fazenda Poço, na época muito visitada por barões, condes, viscondes e autoridades - e por isso o titular ficou conhecido popularmente como Barão do Poço. Outros o chamavam de Barão de Camboim. Oficial da Ordem Imperial da Rosa. Deputado à Assembléia Legislativa da Província de Pernambuco na 1ª legislatura (1835-1837), tendo por companheiros Francisco do Rego Barros ( Conde da Boa Vista) e Pedro Francisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque ( Visconde de Camaragibe). Primeiro prefeito constitucional do município do Brejo da Madre de Deus, eleito em 1893. Recebeu indulgência plenária de Sua Santidade, por carta de 08.07.1870. Casou com Ana Olimpia de Siqueira Cavalcanti, Baronesa de Buíque, filha de Lourenço Bezerra de Siqueira Cavalcanti e de Ana Clara Coelho de Sequeira, tendo os filhos: Dr. Cincinato Alves Cavalcanti Camboim, Ana de Siqueira Cavalcanti Camboim, Francisco Alves Cavalcanti Camboim, André Alves Cavalcanti Camboim e Clara de Siqueira Cavalcanti Camboim.
VISCONDE DE OLINDA
7 - O visconde com grandeza e marquês de OLINDA foi Pedro de Araújo Lima que nasceu em 22 de Dezembro de 1793, no lugar denominado Antas, em PE e faleceu no RJ em 7 de Junho de 1870. Era filho do capitão Comandante de Distrito, Manuel de Araújo Lima e de Ana Teixeira Cavalcanti, naturais de PE; neto paterno do Sargento-Mór Antonio Casado Lima e materno de Pedro Teixeira Lima Cavalcanti, ambos naturais da mesma província. Casou com Luiza de Figueiredo de Araújo Lima que faleceu no RJ em 13 de Novembro de 1873 com geração. Grande vulto político do 1º e 2º Império.Doutor em Cânones em 1819, formado pela Universidade de Coimbra. Foi Regente do Império desde 18 de Setembro de 1837 até 22 de Julho de 1840. Deputado por PE às /Cortes Portuguesas (1821-1822),e e na Assembléia Constituinte de 1823 representou a sua província nas 1ª,2ª e 3ª legislaturas da Assembléia Geral de 1826 a 1837. Em 1837 foi nomeado Senador pela Província de PE, Ministro de Estado na pasta do Império do 3º Gabinete de 1823, no 7º de 1827da Justiça e interinamente dos Estrangeiros no 2º Gabinete de 1837, Presidente do Conselho dos Ministros várias vezes, exerceu ainda muitas vezes o cargo de Ministros em quase todas as pastas até 1865. Conselheiro de Estado em 1842, Diretor da Academia de Direito de Olinda; era sócio fundador do IHGB desde 1838. Grande do Império, Oficial da Imperial Ordem da Rosa,da Imperial Ordem do Cruzeiro, Grã-Cruz da imperial Ordem de Cristo da de Santo Estevão, da Hungria; da Legião de Honra, da França; da de N.S.de Guadalupe, do México; da dês.Maurício de S.Lazaro de Sardenha e da de Medjidié, da Turquia. Era Fidalgo Cavaleiro da Casa Imperial.
Pedro de Araújo Lima - agraciado com o título ( Dec 18.07.1841 ) de Visconde com honras de grandeza de Olinda; elevado ao título ( Dec 02.12.1854 ) de Marquês de Olinda. Título de origem toponímica, tomado da cidade do mesmo nome, em Pernambuco. Neto paterno de Antonio Casado de Lima, filho de Damião Casado de Lima e Ana Maria da Conceição; e de Margarida Bezerra Cavalcanti, filha de Manoel de Araújo Bezerra e Ana de Nazareth Cavalcanti. Neto materno de Pedro Teixeira de Lima Cavalcanti e de Luiza dos Prazeres Cavalcanti de Albuquerque. Casou-se no Rio de Janeiro em 05.06.1828 com Luiza Bernarda de Figueiredo, nascida em 30.05.1808, Rio de Janeiro e falecida em 13.11.1873, tb no Rio.
BARÃO DE VERA CRUZ
8 - O barão de VERA CRUZ Dr. Manuel Joaquim Carneiro da Cunha, nasceu na Província de PE em 11 de Janeiro de 1811 e faleceu nessa Província em 2 de Agosto de 1869. Era filho de Joaquim Manuel Carneiro da Cunha, capitão-Mór e de Antonia Maria de Albuquerque Lins. Casou com Antonia Cavalcanti Carneiro da Cunha. Bacharel em direito pela Faculdade de Olinda em 1835, doutorou-se em 1836. Foi deputado Provincial nas legislaturas de 1842 e 1850 a 1855, e Geral por sua Província na 5ª legislatura de 1843 a 1844, Vice-Presidente da Província de PE por duas vezes, pertencia ao partido conservador. Era Cavaleiro da imperial Ordem de Cristo(1858).
Manuel Joaquim Carneiro da Cunha - agraciado com o título ( Dec 14.03.1860) de Barão de Vera Cruz . Foi batizado em 24.02.1811 e faleceu em 03.08.1868* , em Pernambuco. Adido de 1ª classe à legação brasileira em Viena. Nomeado secretário da legação na Rússia, recusou a nomeação. Eleito deputado à Assembléia Provincial de Pernambuco ( 1849 a 1863 ), tendo sido seu Vice-Presidente. Foi Vice-Presidente da Província de Pernambuco (1857 a 1863), Senhor do Engenho Monjope, na então freguesia de Igaraçu, em Pernambuco, onde D. Pedro II e sua comitiva jantaram e pernoitaram a 05.12.1859, quando Sua Majestade se dirigia às trincheiras do Tejucupapo, "para render homenagem, no próprio sítio, ao valor da mulher pernambucana". Foi um dos sócios instaladores do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernambucano. A escravaria do Barão de Vera Cruz era numerosa e "mantinha uma banda de música". O Barão casou em 31.12.1855 com sua sobrinha Antonia Maria Carneiro de Albuquerque, filha do Capitão-mor João Cavalcanti de Albuquerque, senhor dos Engenhos Monjope e Tamataupe, e de D. Maria Arcanja Carneiro da Cunha, irmã do titular. Foram pais de Maria Arcanja Carneiro da Cunha, única, nascida em 24.09.1857 e falecida aos 10 anos.
BARÃO DE IPOJUCA
9 - O barão de IPOJUCA foi João do Rego Barros, natural de PE, que faleceu em Lisboa em 13 de Novembro de 1860. Era filho do Coronel Francisco do Rego Barros, Fidalgo Cavaleiro e de Maria Ana Francisca de Paula Cavalcanti de Albuquerque. Era irmão do Conde de BOA VISTA, Francisco do Rego Barros. Casou com Ignacia Militana Cavalcanti Rego de Lacerda.Tomou parte na Revolução Praiera em PE do lado da legalidade.
João do Rego Barros - agraciado com o título ( Dec 14.03.1849 ) de Barão de Ipojuca. Título de origem toponímica, tomado do município do mesmo nome , em Pernambuco. Integrante de um das principais famílias de Pernambuco, constituída de abastados senhores de engenho. Nascido cerca de 1800 em Pernambuco, deixou geração de seu casamento com Inácia Militana Rego de Lacerda, Baronesa de Ipojuca, falecida depois de 1891.
BARÃO DE MAREPI
10 - Estevão Cavalcanti de Albuquerque - Barão de Marepi foi casado com Joaquina Delfina de Sá e Albuquerque.
BARÃO DE TRACUNHARÉM
11 - João Cavalcanti Maurício ( ou de Albuquerque ) Wanderley - Obs: O Dicionário das Famílias Brasileiras o apresenta como João Cavalcanti de Albuquerque Wanderley. - agraciado com o título (Dec 22.02.1873) de Barão de Tracunhaém. Título de origem toponímica tomado de cidade de Pernambuco. Membro de antiga e importante família, de origem germânica, de abastados senhores de engenho de açúcar, estabelecida em Pernambuco, tendo por origem Kaspar Van Nieuhof Van der ley ou Kaspar Nieuhof Van der Ley, cidadão contratado pela Wea Insiche Compagnie ( Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais do Brasil) como capitão de cavalaria das tropas holandesas durante a invasão em Pernambuco.Casado aqui com Maria de Mello, filha de Manuel Gomes de Mello e de Adriana de Almeida. O barão é quarto-neto ou tetraneto do casal patriarca. Nasceu em 23.06.1819 e faleceu em 09.06.1891 no Engenho Cavalcanti, Nazaré-PE. Foi casado em primeiras núpcias com sua prima Paula da Silveira ( Cavalcanti) marinho, nascida em 02.03.1837 e falecida a 03.03.1856, antes portanto da concessão do título. Em segundas núpcias casou-se com sua parenta Ana Francisca de Paula de Amorim Salgado, falecida a 31.01.1866, também antes da concessão do título. Portanto, não houve Baronesa de Tracunhaém
fontes: http://www.sfreinobreza.com/ANB02.HTM (Archivo Nobiliarchico Brasileiro)

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