BLOG DE CARLOS CAVALCANTI: DIA DA VITORIA 2a. GUERRA MUNDIAL

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terça-feira, 22 de outubro de 2013

DIA DA VITORIA 2a. GUERRA MUNDIAL

Como foi a participação do Brasil na         Segunda Guerra Mundial?



Imagem: Marcelo Breyne
Imagem: Marcelo Breyne
No dia 1º de setembro de 1939, as forças nazistas alemãs de Adolf Hitler invadiram a Polônia, dando início à Segunda Guerra Mundial. O Brasil passou a participar do conflito a partir de 1942. Na época, o presidente da República era Getúlio Vargas.
A princípio, a posição brasileira foi de neutralidade. Depois de alguns ataques a navios brasileiros, Getúlio Vargas decidiu entrar em acordo com o presidente americano Roosevelt para a participação do país na Guerra.
Embora a história dos pracinhas - diminutivo de praça, que é soldado - seja ainda pouco comentada no Brasil, Marcus Firmino Santiago da Silva, coordenador do curso de Direito da Escola Superior Professor Paulo Martins, do Distrito Federal, e estudioso sobre a Segunda Guerra, afirma que a participação brasileira foi muito importante. "O apoio do Brasil foi disputado na Segunda Guerra. De forma um pouco velada por parte dos países do eixo (Alemanha, Itália e Japão) e de maneira clara pelos aliados, especialmente os norte-americanos, além da Inglaterra e da França", afirma.
O primeiro grupo de militares brasileiros chegou à Itália em julho de 1944. O Brasil ajudou os norte-americanos na libertação da Itália, que, na época, ainda estava parcialmente nas mãos do exército alemão. Nosso país enviou cerca de 25 mil homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB), e 42 pilotos e 400 homens de apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).
Os pracinhas conseguem vitórias importantes contra os alemães, tomando cidades e regiões estratégicas que estavam no poder destes, como o Monte Castelo, Turim, Montese, entre outras. Mais de 14 mil alemães se renderam aos brasileiros, que também ficaram com despojos como milhares de cavalos, carros e munição.
A ação dos pracinhas não foi fácil por vários motivos. O primeiro, porque o treinamento recebido no Brasil e nos Estados Unidos não era muito próximo à realidade da guerra que encontraram. Os soldados não estavam habituados ao clima frio dos montes Apeninos, que atravessam a Itália e nem acostumados a lutar em local montanhoso. Só na batalha do Monte Castelo, houve mais de 400 baixas entre os brasileiros.
"Além disso, foi fundamental para o esforço de guerra a cessão de bases navais e aéreas no território brasileiro. Um desses locais que teve participação decisiva foi Natal, no Rio Grande do Norte", afirma o professor. A capital potiguar serviu como local para abastecimento dos aviões de guerra americanos e base naval antissubmarinos. Com o fim da Segunda Guerra Mundial em 1945, a FEB foi desfeita em 1946.
fonte:http://revistaescola.abril.com.br


O Dia da Vitória em 1945: as lições para a paz

Parte deste artigo foi publicado ontem na nossa Gazeta do Povo em Curitiba.
Neste dia 8 de maio comemora-se o sexagésimo oitavo aniversário do final da 2ª Guerra Mundial. Mas, o que está implícito neste acontecimento? Para o um país como o nosso, onde se cultiva a paz e não viu acontecer em seu território as barbáries vivenciadas por outros povos, é necessário recordar os fatos.
A partir do momento em que a historiografia registra novas descobertas, torna-se importante não somente a história oficial descrita pelos vencedores, mas uma abordagem critica voltada para a consciência histórica a mostrar a narrativa dos vencidos.
Em 1939 o mundo assistia incrédulo e estupefato, a capitulação de muitos países, sem luta: territórios foram obtidos e populações dominadas. Uma sucessão de êxitos – a anexação da Áustria, a absorção da Thecoslováquia, a pressão sobre Dantzig e finalmente a invasão da Polônia pelos alemães – dava início a hecatombe.
O ataque a Pearl Hartbour em 1941, acabou por colocar os Estados Unidos na Guerra. No desenrolar dos acontecimentos o Brasil sofreu o torpedeamento dos navios mercantes brasileiros. Como resultado destes ataques ignóbeis, mais de 900 brasileiros perderam a vida no mar. Como resposta organizou-se a Força Expedicionária Brasileira (FEB) que embarcou para a Itália com uma Divisão de 25 mil soldados, que nos embates de grandes sacrifícios, sagrou-se combatente e constituiu a nossa maior experiência militar na contemporaneidade.
Um ano antes dos escalões da FEB desembarcarem em Nápoles, o armistício em território italiano, colocara em fuga os governantes, inclusive o rei Vitor Emanuel III. O exército italiano havia sido desmobilizado, os soldados no retorno da campanha encontraram as casernas fechadas e não havia orientação. Os oficiais haviam desaparecido, muitos dos jovens vagavam pelo país e foram auxiliados pela população que lhes forneceram roupas e condições do retorno às suas casas. O número de prisioneiros italianos fora do país era enorme, o destino era incerto para estes contingentes.
Mussolini, batido pela caos foi preso e depois liberado pelos alemães, tornou-se um aliado fraco, que serviria depois de fantoche às forças germânicas. No ímpeto de salvar o fascismo, fundou a República Social Italiana (1943), buscando reascender a velha chama. Inaugurou a sede do governo em Saló a próximo a Milão, tentou soerguer as forças armadas, convocou os jovens soldados das classes de 1923 e 1924, em situação obrigatória seriam treinados na Alemanha. Muitos fogem da convocação, a pena é grave para os faltosos que poderiam ser executados. Das forças antigas Mussolini contou apenas com a Marinha de Guerra.
A Itália é invadida por duas forças, os aliados e os alemães.. A Resistência italiana assume seu papel nesta guerra, são as forças partigianas no enfrentamento aos alemães com a ajuda aliada que lhes fornece armamento e condições de combate. A República de Saló, dirigida pelos alemães tinha os seus dias contados.
Mas que visão temos destes acontecimentos? Não eram somente as armas, mas também o ódio produzido em cadeia ininterrupta, que levou a humanidade a uma brutalidade sem paralelo, a barbárie, aos campos de concentração e as ações monstruosas de genocídios, entre outros fatos que hoje a História busca elucidar.
Hitler sentindo-se traído com o armistício firmado entre a Itália e os aliados em 1943, vê em Mussolini um aliado perdedor, cessam os acordos e a Itália é ocupada pelas tropas nazistas. Pesquisas recentes, buscam demonstrar aspectos obscuros da história italiana, até então ignoradas pelos historiadores. O povo é tomado de surpresa pelo armistício comunicado pelo rádio, não sabe como agir. A corrida dos desabrigados para as grandes cidades, engrossa o número de habitantes, faltam abrigos, gêneros de primeira necessidades, não há perspectivas de futuro. O exército italiano foi desmobilizado, soldados encontram as casernas fechadas, os jovens não tem como retornar às suas casas e vagueiam pelo país.
Voltaram-se os alemães contra a população com represálias e selvageria, há que se recordar do massacre ocorrido nas Cavas Ardeatinas quando foram mortos cerca de 350 romanos em 1943. Mal a FEB desembarcara em Nápoles, outra tragédia ocorrida em setembro de 1944, na cidade de Marzabotto vitimava cerca de 900 pessoas entre homens, mulheres e crianças, na forma mais selvagem que um ser humano pudesse perpetrar contra o seu próximo.
Hoje, como na Itália é necessário uma reconstrução complexa destes acontecimentos, buscando os arquivos, sejam eles americanos, ingleses ou russos e que estão abertos à pesquisa. Grande parte dos documentos foram destruídos, mas a existência de outras fontes plausíveis ajudariam a organizar um mosaico explicativo desta parte da história.
À memória dos soldados tombados e ao sofrimento impingido às populações, nos encaminham a um difícil aprendizado, não existe apenas um lado da história. A vitória sobre o nazismo tem uma dimensão histórica a ser pensada, pois libertou a Europa e outros continentes do nazi-fascismo, criou condições para os ideais de libertação nacional reforçando as posições das forças democráticas e amantes da paz.
Integrantes da FEB,
Presentes e ausentes,
Mesmo os que o destino levou,
- E como sentimento,
Lembremos Pistóia -
Respondamos unidos,
A uma só voz,
Com firmeza na voz,
E com entusiasmo candente:
SEMPRE QUE A PÁTRIA CHAMAR, PRESENTE ! (Berta Moraes Néreci)
Carmen Lúcia Rigoni
Dra. Em História Cultural.
É membro efetivo da AHIMTB E IHGPR.
Curitiba, 8 de maio de 2013.




Santo Tabarelli – Rádio Telegrafista do 11º RI

Santo Tabarelli foi sorteado para servir o Exército Brasileiro em 1943, pouco tempo depois estaria cruzando o Atlântico para enfrentar as forças alemãs em combates na Itália.
Viajou em um navio de tropas Norte Americana, embarcou no Rio de Janeiro em setembro de 1944, chegando a Nápoles em outubro, perfazendo 16 dias de viagem.
Na campanha foi integrante do 11º Regimento de Infantaria atuando na Segunda Guerra Mundial como Rádio Telegrafista, participou da Tomada de Monte Castello e demais operações de guerra.
Na época da convocação para a Força Expedicionária Brasileira (FEB), Santo Tabarelli morava no Município de Botuverá SC, onde deixou sua namorada Maria Bambina Pavesi, mas não esqueceu do seu grande amor no Brasil. Da Itália enviava cartões postais guardados até hoje.
Ao retornar da Guerra no ano de 1945 casou-se onde teve 7 filhos, trabalhou na agricultura até o ano de 1964 onde transferiu residência para Vidal Ramos em Santa Catarina e nomeado para trabalhar na agência local dos Correios, cidade que adotou, criou seus filhos e viveu até o fim de sua vida.
O corpo de Santo Tabarelli está sepultado no Cemitério Municipal de Vidal Ramos Santa Catarina.

Dogtag (placa de identificação) da Força Expedicionária Brasileira do praça Santo Tabarelli, soldado da FEB na Segunda Guerra Mundial.
Expedicionários do Município de Brusque, Botuverá, Presidente Nereu e Vidal Ramos SC
Enviado por Rodrigo Tabarelli



A atuação da FEB em Montese (Itália) e a Ofensiva da Primavera


A atuação da FEB em Montese (Itália) e a Ofensiva da Primavera*
(Abril de 1945)

A cidade de Montese, na Itália, está localizada nos contrafortes dos Apeninos, a 841 metros acima do nível do mar. É formada pela própria sede (em Montese) e por dez pequenos povoados ao seu redor:MasernoCastellucio di Moscheda, Iola, SaltoSan MartinoSan Giacomo Maggiore, MontaltoSemelano,Montespecchio e Bertocchi. Todas essas localidades são pontos de referências dos brasileiros que combateram em Montese.
A capital, Modena, está localizada a 58 quilômetros de Bolonha. Para alcançar Montese o caminho é acidentado. Atualmente as estradas são asfaltadas, mas ainda há muita dificuldade para os veículos que sobem a serra, pois os caminhos são estreitos.
Os bosques de plantas silvestres foram recuperados após a Segunda Guerra Mundial. Hoje, encontramos algumas variedades como castanheiras e árvores chamadas quércias.
A história de Montese se perde um pouco no tempo, e um dos documentos mais antigos se reporta ao ano de 1197, quando a pequena cidade, por motivo de proteção, aliou-se à cidade de Modena, conforme documento firmado entre a população e seus vizinhos. Tal ato não envolvia os castelos vizinhos e os que moravam nos locais mais altos (rochas), isto é, os militares e homens armados; esses últimos eram isentos das taxas ou dízimos.
Para a pessoa que visita Montese na atualidade, chama a atenção os antigos casarios, e o mais preponderante desses é La Rocca (a rocha) com sua torre, local estratégico para as populações antigas e um marco nas construções medievais, onde os habitantes procuravam proteção. Em La Rocca foi construído um castelo por volta do século XIII, e até 1945 o lugar formava um conjunto arquitetônico, juntamente com o campanário e a igreja, mas, em grande parte, foram demolidos pelos bombardeios ocorridos em abril daquele ano.
Hoje, desse conjunto restam a igreja, que foi recuperada, e a torre. Do local, é possível descortinar o panorama em torno da cidade ‑ com seu visual nos reportando à Idade Média. As casas localizadas logo abaixo do morro, onde estão situados o castelo e a igreja, também não foram poupadas de serem devastadas pela guerra. A História Contemporânea da cidade é fortemente marcada pela Segunda Guerra Mundial, com toda sua tragédia ‑ com muitos mortos e feridos ‑ e pela sua destruição. A cidade foi alvo direto de bombardeios alemães e aliados.
A liberação de Montese está intimamente ligada à história da campanha efetuada naquela localidade pelos brasileiros, em abril de 1945. O episódio de liberação da cidade recebeu o nome de Ofensiva da Primavera. Para os brasileiros, até aquele momento a campanha apresentava um saldo positivo, e a tomada do Monte Castello, ocorrida no dia 21 de fevereiro, nas proximidades de Montese, colocava os soldados brasileiros numa posição de tropa veterana e ofensiva.
No dia 20 de março, o general Mascarenhas de Moraes compareceu à Conferência no quartel-general do IV Corpo, em Castelnuovo, onde foi discutido o novo plano de operações desse IV Corpo ‑ inserido nas manobras do XV Grupo de Exércitos. Era o início da Ofensiva da Primavera. O plano tinha estes objetivos: libertar a cidade de Bolonha, a travessia do Rio Pó e bloquear o Passo de Brenner (fronteira da Itália e Suíça e principal rota de retraimento do inimigo).
O comandante da FEB, gen. Mascarenhas de Moraes, participaria ainda de mais duas conferências na pequena cidade de Castelluccio, realizadas nos dias 27 de março e 8 de abril de 1945, quando foram esboçadas, em linhas gerais, as manobras a serem efetuadas pelo IV Corpo do Exército.
Aqui cabe ressaltar que essas manobras envolviam a 10.ª Divisão de Montanha americana, uma tropa de elite, cujo comandante era o gen. George Hays, a quem foi dada a missão de romper as linhas inimigas, em direção ao Monte della Spe-Tolè, num envolvimento direto com o maciço de Montese. Tal situação era preocupante, pois naquele momento não se dispunha de informações seguras sobre as reservas inimigas situadas nas proximidades.
Para atingir o eixo principal do ataque, de acordo com o esquema tático, a 10.ª de Montanha passaria pela cidade de Montese pelo flanco oeste. Esse era um setor desconhecido e sobre o qual não havia informações precisas. O comandante da divisão americana expôs a preocupação aos demais generais e, por sugestão do gen. Mascarenhas de Moraes, foi feita uma reorganização das divisões americana e brasileira, cabendo à tropa brasileira o ataque frontal à cidade de Montese, cobrindo, dessa forma, o caminho para a 10.ª de Montanha atingir seu objetivo.
Em suas memórias, o gen. Mascarenhas de Moraes retrata o fato, ao narrar seu diálogo com o comandante da 10. ª de Montanha:
 “General Hays: ‘Tem a Divisão Brasileira a certeza de tomar Montese?’
Gracejando, respondeu o general Mascarenhas:
‘Sim, tenho, mas quero também saber se o general Hays tem a certeza de aproveitar o sucesso brasileiro sobre Montese.’
Um movimento de aplausos da seleta assistência acolheu as palavras do nosso chefe divisionário, afirmando que a sua tropa estava em condições de conquistar Montese (liberando as unidades empenhadas sucessivamente nesse flanco para a ação principal de ruptura) e progredir na direção de Zocca-Vignola.” (MATTOS, Carlos de Meira. O Marechal Mascarenhas de Moraes e sua época).
Enquanto era desencadeada a ação conjunta contra os alemães que estavam dentro da cidade deMontese, o 14 de abril de 1945 assinalava uma data importante na história da guerra italiana. As forças do V e VIII Exércitos convergiram sobre Bolonha, e a guerra caminhava para o seu fim.
O 11.º Regimento de Infantaria Brasileiro, já na encosta de Montese ‑ principalmente na baixada do monte Montaurígola ‑, enfrenta uma jornada difícil, sob fortes bombardeios. Às 11:07 horas desse dia, uma patrulha de reconhecimento brasileira se encontrava detida por um campo minado, com a apresentação de muitas baixas.
Esse fato e tantos outros são lembrados pelos montesinos, no livro “Montese ‑ fascismo, guerra, ricostruzione”. Nessa obra, foram reunidas as pesquisas organizadas pelo grupo cultural Il Trebbo e publicadas em 1990, trabalho que consiste em uma fonte importante para a ordenação deste artigo, pois ali estão ordenados, de uma forma cronológica, os fatos ocorridos nessa cidade no período de 1943 a 1945, que diz respeito à participação brasileira na liberação da cidade. (BELLISI, PICCINELLI, MORSIENI et al. Montese – fascismo, guerra, ricostruzione).
Estão registradas nessa obra as diversas fases históricas da cidade. Reconstituída, ali, pela observação dos seus autores sobre essas fases, englobando a época do fascismo vivido pelos seus habitantes, a guerra e destruição e, por último, a reorganização da cidade na reconstrução.
Os depoimentos encontrados na comunidade nos ajudaram a reconstituir a história ligando brasileiros e montesinos. Ao recompor esses fatos ‑ os dos momentos marcados e vivenciados pela população civil e pelos soldados ‑, aproximamo-nos da materialização de dois monumentos que homenageiam os brasileiros como libertadores da cidade.
Os testemunhos dos sobreviventes italianos, de pessoas que não saíram de suas casas e delas fizeram abrigos, e o relato dos soldados brasileiros participantes das ações bélicas de Montese ‑ nas jornadas dos dias 12 a 17 de abril de 1945 ‑ conduzem a momento críticos e fragmentados de uma história. São narrativas que se completam e que recompõem episódios singulares que levam seus participantes ao não esquecimento.
O episódio ocorrido em Montaurígola ‑ o campo minado, que fez muitas vítimas brasileiras e italianas ‑ também é visto pelos memorialistas brasileiros. Reportamo-nos aqui à narrativa de um dos participantes da campanha de Montese:
Tomando conhecimento das pesadas baixas ocorridas naquele pelotão, o Dr.Yvon acompanhado d”o tenente Ary [...] iniciaram uma longa e perigosa caminhada cortada de campos minados e varrida incessantemente pelo fogo alemão, até alcançar estreita e rala ravina entre Montaurígola e as faldas de Montese, quando foram também detidos por fortes rajadas de “lurdinhas”, morteiros e artilharia. (ALMEIDA, Adhemar Rivermar de. Montese ‑ Marco glorioso de uma trajetória).
Às 18 horas do dia 14 de abril, a cidade de Montese estava em poder dos brasileiros. E os correspondentes brasileiros que estavam nas proximidades acompanharam os grupamentos brasileiros, que faziam o reconhecimento no interior da cidade ‑ casa por casa ‑ e organizavam os prisioneiros, que se entregavam.
Escreve Joel Silveira, correspondente brasileiro de O Globo:
Para os brasileiros a vitória é ainda incerta. Os nazistas, esparsos pelos morros aos redores, despejam sobre a cidade, minuto após minuto, uma chuva de morteiros… Há quatro dias que a cidade está em mãos dos brasileiros, mas ainda é um longo tempo sem paz. As ruas estão desertas. Ontem, um morteiro alemão derrubou mais uma parede da torre. Uma bomba incendiária acertou o posto de socorro brasileiro, que ainda queima… (BELLISI, PICCINELLI, MORSIENI et al. op. cit.).
Montese foi a cidade da província de Modena a mais devastada na Segunda Guerra Mundial. As estatísticas levantadas logo após a liberação da cidade pelos brasileiros mostram que foram destruídas 1.121 casas; os feridos e mutilados por estilhaços e minas superaram o número de 700 pessoas; e os mortos, entre homens, mulheres e crianças, passaram de 189.
Como outros tantos pequenos povoados italianos, Montese sofreu diretamente as ações agressivas causadas pela guerra, que culminaram em destruição e mortes na sua pequena população. E agora tem procurado rememorar essas ocorrências de diversas formas. Não são apenas os eventos comemorativos de caráter cívico, mas vai além. Trata-se de um trabalho conjunto com a administração da cidade, na qual são desenvolvidos projetos culturais intimamente ligados aos acontecimentos do passado.
Um dos projetos organizados recentemente diz respeito à sinalização da cidade quanto ao seu itinerário histórico. Esse roteiro conduz o turista pelos prédios antigos da cidade, chamando a atenção para o complexo formado pelo castelo e sua torre, todos da época medieval.
As igrejas históricas e os pequenos oratórios destacados são parte da rede de caminhos denominados de “singulares residências” ‑ segundo Luciano Mazza, antigo prefeito de Montese. Ao referir-se a essas construções os descreve como testemunhos de uma riqueza histórica, da espiritualidade e da fé religiosa entre outras, que se associam aos eventos legados por uma tradição cultural.
Mas o passado da guerra traz marcas profundas para a cidade e além dela. São os pequenos burgos que compõem o quadro referencial das batalhas ali ocorridas, com todos distando a poucos quilômetros do centro de Montese. Esses são os caminhos que interessaram também a esta pesquisa.
As marcas que assinalam o passado histórico da cidade estão registradas na Montese Carte dei Sentiere, ou melhor, no mapa dos caminhos. O guia turístico chama a atenção do visitante que chega, pois o slogan diz: Montese, un territorio da conoscere. Segundo o roteiro, ali estão os indicativos de que os passeios podem ser feitos a pé, a cavalo ou de bicicleta.
Os sentieri, ou caminhos, contêm os itinerários históricos naturais e didáticos. A Linha Gótica é o roteiro didático histórico, que compreende as localidades de Montello, Maserno, Riva de Biscia (lugar onde tombou Max Wolff Filho) e Montespecchio. Todas essas localidades estão ligadas aos combates ocorridos ali com a presença dos brasileiros, sempre lembrados.
As trilhas são numeradas, tanto na carta como nos caminhos, através de placas indicativas, orientando os caminhantes.
O itinerário histórico não diz respeito apenas a Montese. Lá encontramos também o Itinerário diddatico della memoria, que compreende a localidade da serra de Ronchidoso, onde estão situados a centenária Igreja dos Imigrantes, o Monte Castello e Belvedere, relacionados à história da Segunda Guerra Mundial ‑  sempre com a presença de soldados americanos e brasileiros.
Outro roteiro importante para a cidade e seus visitantes recebe o nome de “Itinerário diddático della Linea Gotica”; a direção é Montello. Chegando a esse local, um grande cartaz orienta para o percurso que pode ser percorrido em 1 hora de caminhada a pé por um trecho de 2,5 quilômetros, onde é possível ver as posições alemãs, que ainda se encontram juntas à cinta de pedra que protegia a cidade na época medieval.
Montello está ligada à memória brasileira e ela é lembrada também no circuito histórico da Linha Gótica, pelo grande letreiro colocado no início da trilha, e demonstra o grau de dificuldade enfrentada pela FEB nos dias que seguiram à tomada de Montese. (Extraído da dissertação “La Forza di Spedizione Brasiliana’ (FEB): Memória e História”: Marco da Monumentalística Italiana”).RIGONI, Carmen Lúcia, UFPR.2003
Fatos e lugares a demarcar um tempo para não ser  esquecido jamais, histórias vibrantes dos combatentes brasileiros, um dia jovens, saindo de sua pátria para defender as liberdades.
Carmen Lúcia Rigoni é doutora em História Cultural.
Pertence-AHIMTB e IHGPR
Abril de 2013.
Curitiba- Paraná


* Artigo publicado no Boletim  do Instituto Histórico e Geográfico do Paraná( 2003) e no Jornal da ASMIR( Associação dos Militares da Reserva.)





A BOA VIDA DOS MILITARES AMERICANOS EM NATAL DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNIDAL


O SITE DA REVISTA NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL DESTACOU A IMPORTANTE PARTICIPAÇÃO DE NATAL COMO BASE AMERICANA NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. CONFIRAM A MATÉRIA ABAIXO
Da Times Square, em Nova York, à praça Vermelha, em Moscou, multidões em êxtase comemoravam a data. Alvamar vestiu sua melhor roupa e escolheu bem as palavras, mas, na hora em que espiou do palco, teve um choque: a platéia, estranhamente, estava quase vazia. Os organizadores do evento, em pânico, saíram pelo bairro da Ribeira e recrutaram uma legião de transeuntes – mendigos, boêmios, prostitutas – para ocupar ao menos uma parte dos 600 lugares disponíveis. Alvamar enfim falou, mas um tom melancólico já tomara conta do teatro, das ruas, das pessoas. A cidade parecia estar de luto. Porque a guerra havia acabado.
 Assim foi a Segunda Guerra em Natal: um tempo de emoções intempestivas, de alegrias e tristezas fora de hora e de contexto. Entre 1942 e 1945, ali funcionou o principal quartel-general dos países aliados no hemisfério sul. Por sua localização, no extremo nordeste da América do Sul, a capital do Rio Grande do Norte é uma das cidades brasileiras mais próximas do continente africano – 3 horas de vôo em jatos de hoje. Por isso ela era uma “ponte” entre os Estados Unidos e a Europa, uma escala obrigatória para todos os vôos que seguiam rumo à África ou aos combates no Atlântico Sul.
Outras bases controladas por americanos seriam montadas no Brasil, do Amapá a Santa Catarina, mas nenhuma delas rivalizou em movimento e importância com o Campo de Parnamirim e a Base Naval de Hidroaviões, os dois núcleos militares de Natal durante a guerra. Em 1943, no auge dos conflitos no Atlântico, Parnamirim era o mais congestionado aeroporto do planeta, com até 800 pousos e decolagens num dia de pico. Natal era tão decisiva que ficou conhecida como a “encruzilhada do mundo”.
 A capital potiguar, contudo, jamais foi palco de qualquer combate. Os submarinos alemães não se aproximaram da cidade e nenhuma bomba inimiga foi lançada sobre suas belas praias ou ruas. Os únicos tiros ouvidos eram de treinamentos rotineiros dos americanos. A tensão da guerra estava no ar, o.k., mas os momentos mais assustadores foram, na prática, os exercícios de defesa civil, como os blecautes. Apesar da óbvia falta de estatísticas oficiais sobre o assunto, Natal foi, com certeza, o lugar de melhor qualidade de vida para um soldado na guerra. Os quase 50 mil natalenses da época, por sua vez, puderam descobrir um mundo de novidades. “As pessoas cantarolavam jazz nas ruas. A vida aqui era diferente, sofisticada, uma festa”, lembra-se Alvamar Furtado, hoje com 86 anos. Natal tornou-se a cidade mais badalada do Nordeste. Os cinemas militares, não raro, e sem que ninguém soubesse fora dali, recebiam convidados especialíssimos: os próprios astros de Hollywood. “Humprey Bogart voou de Marrocos para animar uma sessão de Casablanca no teatro aberto da base de hidroaviões. Os artistas eram comissionados para viajar pelos fronts do mundo todo. A presença deles servia para elevar o moral das tropas”, diz o historiador local José Melquíades, de 76 anos.
Bette Davis, lembra-se ele, também visitou Natal. E a orquestra de Glenn Miller tocou no Cine Rex. Para imaginar como foram aqueles anos loucos em Natal, é preciso observar a guerra como um momento de liberação, um evento protagonizado por uma legião de jovens reprimidos que nunca haviam saído de rincões rurais como Arkansas, Nevada ou Montana. De repente, no meio do horror de um conflito mundial, eles se descobriram num lugar amistoso, tropical, encantador. O mar, a luz, as relações pessoais, tudo era novo em suas vidas. Por vias tortas – a guerra –, eles foram encaminhados ao paraíso.
 Os branquelos gastavam seus dias de folga em banhos de mar nas praias de Areia Preta, Ponta Negra ou num outro trecho da orla, menor e mais reservado, que foi batizado Miami. Muitos pagaram um preço salgado pelo programa – terríveis queimaduras de sol –, mas pode-se dizer que eles inauguraram as belezas naturais que, décadas depois, iriam consagrar Natal: o mar verde, quente e calmo, as dunas mutantes, o vento perene. Os natalenses tinham o hábito de ir à praia apenas na “temporada de banhos”, as férias, entre dezembro e janeiro. Nos dias da guerra, eles descobriram que sua rotina poderia ser bem mais agradável. Fonte – http://edilsonln.blogspot.com.br


NATAL: UMA CIDADE POÉTICA NA 2ª GUERRA MUNDIAL

de José Carlos, em Potiguarte

Década de 40, Av Rio Branco, nº 795,  Natal, Rio Grande do Norte
Nos intervalos dos combates no Atlântico, a boa vida dos norte-americanos
em um passeio pelo centro da capital potiguar, a principal  base
aérea do hemisfério sul na Segunda Guerra Mundial
fotografia: Ivan Dimitri/Wittlesey House / NATIONAL GEOGRAPHIC
NATAL NA  SEGUNDA GRANDE GUERRA
O QUE HOJE NA CIDADE LEMBRA ESSE PERÍODO?
GUERA E PAZ
Por
Ronaldo Ribeiro
  texto reproduzido integralmente
NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL
 Edição 14/ Junho de 2001
Alvamar Furtado de Mendonça não se esquece da noite quente e estrelada de 8 de maio de 1945. Jovem morador de Natal, recém-formado em direito, ele fora convidado para elaborar um discurso no Dia da Vitória, parte de uma cerimônia de celebração do fim da Segunda Guerra no Teatro Carlos Gomes.
Da Times Square, em Nova York, à praça Vermelha, em Moscou, multidões em êxtase comemoravam a data. Alvamar vestiu sua melhor roupa e escolheu bem as palavras, mas, na hora em que espiou do palco, teve um choque: a platéia, estranhamente, estava quase vazia. Os organizadores do evento, em pânico, saíram pelo bairro da Ribeira e recrutaram uma legião de transeuntes – mendigos, boêmios, prostitutas – para ocupar ao menos uma parte dos 600 lugares disponíveis. Alvamar enfim falou, mas um tom melancólico já tomara conta do teatro, das ruas, das pessoas. A cidade parecia estar de luto. Porque a guerra havia acabado.
Assim foi a Segunda Guerra em Natal: um tempo de emoções intempestivas, de alegrias e tristezas fora de hora e de contexto. Entre 1942 e 1945, ali funcionou o principal quartel-general dos países aliados no hemisfério sul. Por sua localização, no extremo nordeste da América do Sul, a capital do Rio Grande do Norte é uma das cidades brasileiras mais próximas do continente africano – 3 horas de vôo em jatos de hoje. Por isso ela era uma “ponte” entre os Estados Unidos e a Europa, uma escala obrigatória para todos os vôos que seguiam rumo à África ou aos combates no Atlântico Sul. Outras bases controladas por americanos seriam montadas no Brasil, do Amapá a Santa Catarina, mas nenhuma delas rivalizou em movimento e importância com o Campo de Parnamirim e a Base Naval de Hidroaviões, os dois núcleos militares de Natal durante a guerra.
Aeroporto da Base Aérea de Parnamirim,  na época da 2ª  Guerra Mundial,
destacado como “Trampolin da Vitória” pelos americanos
Em 1943, no auge dos conflitos no Atlântico, Parnamirim era o mais congestionado aeroporto do planeta, com até 800 pousos e decolagens num dia de pico. Natal era tão decisiva que ficou conhecida como a “encruzilhada do mundo”.
A capital potiguar, contudo, jamais foi palco de qualquer combate. Os submarinos alemães não se aproximaram da cidade e nenhuma bomba inimiga foi lançada sobre suas belas praias ou ruas. Os únicos tiros ouvidos eram de treinamentos rotineiros dos americanos. A tensão da guerra estava no ar, o.k., mas os momentos mais assustadores foram, na prática, os exercícios de defesa civil, como os blecautes. Apesar da óbvia falta de estatísticas oficiais sobre o assunto, Natal foi, com certeza, o lugar de melhor qualidade de vida para um soldado na guerra. Os quase 50 mil natalenses da época, por sua vez, puderam descobrir um mundo de novidades. “As pessoas cantarolavam jazz nas ruas. A vida aqui era diferente, sofisticada, uma festa”, lembra-se Alvamar Furtado, hoje com 86 anos.
Natal tornou-se a cidade mais badalada do Nordeste. Os cinemas militares, não raro, e sem que ninguém soubesse fora dali, recebiam convidados especialíssimos: os próprios astros de Hollywood. “Humprey Bogart voou de Marrocos para animar uma sessão de Casablanca no teatro aberto da base de hidroaviões. Os artistas eram comissionados para viajar pelos fronts do mundo todo. A presença deles servia para elevar o moral das tropas”, diz o historiador local José Melquíades, de 76 anos. Bette Davis, lembra-se ele, também visitou Natal. E a orquestra de Glenn Miller tocou no Cine Rex.
Para imaginar como foram aqueles anos loucos em Natal, é preciso observar a guerra como um momento de liberação, um evento protagonizado por uma legião de jovens reprimidos que nunca haviam saído de rincões rurais como Arkansas, Nevada ou Montana. De repente, no meio do horror de um conflito mundial, eles se descobriram num lugar amistoso, tropical, encantador. O mar, a luz, as relações pessoais, tudo era novo em suas vidas. Por vias tortas – a guerra –, eles foram encaminhados ao paraíso.
Soldados americanos em Ponta Negra na Segunda Guerra
Os natalenses tinham o hábito de ir à praia apenas
na “temporada de banhos”, as férias, entre dezembro e janeiro
Os branquelos gastavam seus dias de folga em banhos de mar nas praias de Areia Preta, Ponta Negra ou num outro trecho da orla, menor e mais reservado, que foi batizado Miami. Muitos pagaram um preço salgado pelo programa – terríveis queimaduras de sol –, mas pode-se dizer que eles inauguraram as belezas naturais que, décadas depois, iriam consagrar Natal: o mar verde, quente e calmo, as dunas mutantes, o vento perene. Os natalenses tinham o hábito de ir à praia apenas na “temporada de banhos”, as férias, entre dezembro e janeiro. Nos dias da guerra, eles descobriram que sua rotina poderia ser bem mais agradável.
Os soldados, apesar da influência de seus hábitos, não foram pioneiros. Natal já havia testemunhado a conquista do Atlântico pelos raids aéreos, vôos exploratórios que demonstraram a viabilidade das travessias oceânicas – em 1933, Charles Lindbergh amerissou ali vindo da África. Companhias internacionais de correio aéreo basearam-se nas margens do rio Potengi bem antes da guerra. Nos anos 60 a cidade inaugurou a primeira rampa de lançamentos de foguetes da América do Sul, a Barreira do Inferno. “A história de Natal está ligada ao desejo de voar”, pensa o sociólogo Leonardo Barata, que trabalha na montagem de um museu sobre os antigos aviadores e a Segunda Guerra. Desde 1997 ele já passou oito meses confinado em arquivos federais de Washington, D.C., e do Alabama rastreando imagens raras e documentos confidenciais.
Barata resgatou quase 70 quilos de papéis que jogam um pouco de luz sobre um capítulo obscuro da história do Brasil. De acordo com um documento do Serviço de Inteligência Naval americano, as forças do Eixo (Alemanha, Japão e Itália) possuíam, em 1940, 2 mil bombardeiros em condições de invadir o Nordeste brasileiro – se Hitler tivesse conquistado o norte da África, Pearl Harbor poderia ter sido em Natal. O Departamento de Guerra dos EUA considerava a cidade um dos quatro pontos mais estratégicos do mundo, comparada ao estreito de Gibraltar e aos canais de Suez e Dardanellos, todos no mar Mediterrâneo. Diante da “posição política dúbia” do governo brasileiro, vários planos de invasão do Rio Grande do Norte chegaram a ser elaborados pelos americanos. Em agosto de 1942, o Brasil enfim declarou guerra ao Eixo, depois de vários navios mercantes terem sido atacados por submarinos alemães, com quase 700 mortes. Os Aliados já estavam a postos.
Segunda Guerra
Clipper camuflado no Rio Potengi, no cais da Rampa, Natal/RN
Em 11 de dezembro de 1941, apenas quatro dias depois do ataque japonês a Pearl Harbor, nove hidroaviões amerissaram no rio Potengi para reforçar uma tropa de observadores já baseada na cidade.
O Natal de 1943 registrou um movimento recorde: cerca de 5 mil militares acantonados e 5 mil em trânsito na cidade. Acidentes aéreos, muitos deles com vítimas fatais, tornaram-se freqüentes. Parnamirim era um lugar tão agitado que, em julho do mesmo ano, foi construída ali uma fábrica da Coca-Cola – a primeira da América Latina e a quarta do mundo, depois dos Estados Unidos, do Canadá e da Inglaterra. Uma lanchonete e uma cervejaria, a PX Beer Garden, abririam suas portas no mesmo dia. Para celebrar, o comando do campo organizou uma festa com shows, hambúrgueres e cerveja gelada, tudo de graça. Tinha tudo para ser um evento histórico – e foi, só que contra todas as previsões. Os convidados tomaram todas, quebraram garrafas, depredaram a lanchonete e destruíram as plantas de um jardim vizinho. Nos meses seguintes, os soldados fartaram-se do refrigerante, mas a promissora cervejaria fechou as portas para nunca mais.
No embalo dessa euforia estrangeira, os natalenses tornaram-se, digamos, brasileiros de vanguarda. Bebiam Coca-Cola e chocolate gelado. Fumavam Marlboro e Lucky Strike. Mascavam chicletes de tutti-fruti. Os homens aboliram a vestimenta formal do dia-a-dia e adotaram roupas cáqui, de inspiração militar-esportiva. Ou jeans. Aprenderam a tratar-se como “My friend!”, a comer um lunch, a dançar foxtrote. No supermercado de Parnamirim, um dos maiores do mundo, os negócios chegaram a girar 50 mil dólares num único dia. Viver na capital do Rio Grande do Norte era, enfim, um grande barato. “Natal era como uma moça pudica que, da noite para o dia, arrumou um namorado liberal, escolado. Éramos muito conservadores. Os gringos ensinaram nossas garotas a beijar!”, lembra-se Protásio Pinheiro de Melo, 86 anos, um dos raros natalenses vivos que viram de perto o cotidiano das bases. Autodidata e com inglês fluente, ele era professor de português dos soldados.
 Getúlio Vargas e Franklin Delano Roosevelt (à sua frente),
 visitam a base aérea de Natal, no RN, em 1943
Ganhava em dólar para ensinar a eles apenas o bê-á-bá da convivência social – cortejar uma garota, por exemplo.
De fato, as moças ditas pudicas de Natal namoraram como nunca durante a guerra. Os soldados gozavam de status na sociedade local, mas, com a gritante desproporção demográfica, eles foram obrigados a abdicar de qualquer parâmetro estético. Belas, feias, altas, baixas, gordas ou magras, todas se deram bem. “Foi um período bem complicado para os rapazes daqui. Não havia moças solteiras na cidade”, completa o professor Protásio. As mulheres, que antes só saiam de casa acompanhadas dos pais ou irmãos, eram convidadas vips dos bailes dos clubes militares. Foi a classificação desses eventos – for all (para todos) – que semeou um dos dogmas da guerra: o termo forró. Alguns historiadores contestam. Para eles, a palavra teria origem em “forrobodó”, os bailes populares onde se dançava essa variante do baião.
Os soldados cumpriam todos os protocolos para conquistar as cobiçadas moças solteiras de Natal. Algumas histórias de amor acabaram bem, caso do sargento Donald Wroblewski, que se casou com Guiomar Gomes e ficou na cidade. Na calada da noite, porém, oficiais e praças seguiam em bandos para os diabólicos bordéis de Natal. O quadrilátero do sexo era formado pelas ruas Doutor Barata, Chile, Tavares de Lira e Frei Miguelinho, na Ribeira, perto do porto. As madrugadas ferviam em prostíbulos como o Wonder Bar, a Casa da Maria Boa, a Pensão da Estela e o Bar Ideal – os preços das mulheres dali eram os mais baixos de toda a América Latina. O índice de doenças venéreas cresceu tanto que grupos de soldados passavam semanas de cama, afastados das operações. Foi preciso uma intervenção oficial, em caráter de urgência. Para as garotas saudáveis da zona do meretrício, os médicos americanos emitiam atestados de saúde, os famosos love cards.
 Grupo de militares americanos, década de 40,  bebendo no Grande Hotel,
defronte a igreja de Bom Jesus, no bairro da Ribeira, em Natal/RN
Natal pode ser considerada o berço do imperialismo americano no Brasil, um laboratório do modelo cultural que o país iria adotar nas décadas seguintes. Naqueles loucos anos, contudo, essa era uma leitura impossível mesmo para o mais informado morador da cidade. Na prática, muita gente viu na guerra apenas uma chance de ganhar um bom dinheiro – em notas bem verdinhas, diga-se. A economia local passou por uma enorme transformação: o custo de vida aumentou, o dólar virou moeda corrente no lugar do mil-réis, havia mercados e valores diferentes para brasileiros e americanos. Muita gente fez fortuna. Theodorico Bezerra, dono do Grande Hotel, encheu os bolsos abrigando a elite dos oficiais estrangeiros. A viúva Machado, dona das terras onde foi erguido o Campo de Parnamirim, idem. Maria Boa, a cafetina, não deixou por menos.
Os dólares em circulação geraram cobiça e episódios ridículos. Por um tempo, alguns natalenses conseguiram vender urubus depenados como se fossem galinhas para o centro de provisões de Parnamirim. Pior era feito com os sagüis, bicho de estimação favorito dos militares. As crianças embebedavam o pequeno primata, que, parecendo ser manso, passava a ter melhor cotação. Os soldados sempre acabavam no prejuízo, pois os animais ficavam indóceis e fugiam assim que despertavam do pileque.
Outra folclórica interferência dos brasileiros no way of life dos soldados viria pelos pés. Logo nos primeiros dias em Parnamirim, os estrangeiros começaram a reclamar da falta de vegetais no cardápio. Na região de Natal, na época, havia pouca agricultura e era difícil encontrar folhas ou legumes em quantidade. A saída foi montar uma horta nas margens de uma lagoa. Os comandantes escolheram para a empreitada soldados com comprovada experiência agrícola, vindos do Tennessee, no sudeste dos Estados Unidos. Mas um novo problema surgiu: as botas militares revelaram-se desconfortáveis demais para o trabalho no campo.
O combate na América ficou restrito ao Oceano Atlântico;
enquanto estavam em terra e distantes da África,
em Natal os americanos passavam o tempo das mais variadas maneiras.
Uma delas era jogando baseball.
O jovens não desanimaram. Levaram uma foto de uma tradicional bota rancheira americana para Severino Edízio de Silveira, o melhor sapateiro da cidade. Ele analisou o modelo, concebeu uma versão mais leve, caprichou. Resultado: as botas fizeram tanto sucesso que mesmo os soldados que não trabalhavam na horta acabaram aderindo. Todos os que chegavam a Natal, mesmo em trânsito para outros países, logo adquiriam o seu par. A fama correu o mundo, principalmente nos territórios tropicais classificados como “cinturão da malária”. Nos fronts, soldados se identificavam pelos pés – as botas indicavam quem havia passado por Natal. Encomendas chegavam à cidade de destinos impensados, como as ilhas do Pacífico, congestionando as linhas de rádio em momentos tensos, quando se desenrolavam combates no meio do Atlântico. Um caos. O comando de Parnamirim teve de regulamentar o comércio dos calçados, mas Edízio continuou a fabricá-los para os natalenses até sua morte, em 1982.
O controle das bases dos Aliados foi transferido aos militares brasileiros em 5 de outubro de 1946, numa discreta cerimônia em Parnamirim. Aos poucos a euforia da guerra esmaeceu. A população da então famosa Natal saltou de 50 mil para 400 mil moradores e, por alguns anos, a cidade ainda sustentou-se como a mais importante do Nordeste, antes de ser ofuscada por centros como Recife e Salvador. Hoje, no rio Potengi, onde tudo começou, a vagareza dos barcos de pesca imprime à paisagem um tom bucólico que não combina com as aventuras radicais dos pioneiros aviadores que pousaram em suas águas . Perto dali, prostitutas insistem em sondar os marinheiros estrangeiros que ainda perambulam pelas noites decadentes da rua Chile, na beira do cais. Parece que todo o glamour ficou no passado.
Fevereiro de 2012, Av Rio Branco, nº 795, Natal, Rio Grande do Norte
 ”NATAL NA 2ª  GRANDE GUERRA”
O QUE HOJE NA CIDADE LEMBRA ESSE PERÍODO?
VEJA O QUE RESTOU DO PRÉDIO RETRATADO NO INÍCIO DESTA POSTAGEM!
fotografia: José Carlos – Administrador do blog Potiguarte
Os aviões, no entanto, continuam pousando em Parnamirim. As pistas construídas para a guerra servem hoje aos Boeings e outros jatos do Aeroporto Internacional Augusto Severo (o pioneiro aeronauta local, que morreu em Paris na queda de um balão, em 1902). Os turistas que chegam à capital potiguar refazem o percurso dos C-47, dos B-25 e de outros aviões da década de 40. Aterrisam lado a lado com Tucanos e Xavantes, os modelos usados no treinamento dos pilotos da base da Aeronáutica que ocupa a área do Campo de Parnamirim. Esse intenso tráfego aéreo, simbolicamente, perpetua a ligação da cidade com os anos da Segunda Guerra. A diferença, quase 60 anos depois, é que vivemos tempos de paz. Em busca do sol de Natal, desembarcam felizes em Parnamirim agora não apenas viajantes americanos, mas também alemães, japoneses e italianos.
…fonte…
Ronaldo Ribeiro
  texto reproduzido integralmente
 REVISTA NATIONAL GEOGRAPHIC BRASIL
 Edição 14/ Junho de 2001
…frase… 
 “Toda guerra termina por onde começou: a paz.”
(Jules Barthélemy-Saint-Hilaire)




Posição geográfica da capital potiguar atraiu tropas americanas em 1942.
Ocupação acelerou o desenvolvimento local e mudou a sociedade.

Presidentes Rossevelt e Getúlio Vargas em Natal (Foto: Acervo Fundação Rampa)Presidentes Rossevelt e Getúlio Vargas em Natal (Foto: Acervo Fundação Rampa)
No dia em que o mundo cristão celebra o nascimento de Jesus Cristo, a capital potiguar comemora aniversário. Por isso foi batizada de Natal. Nesta terça-feira, 25 de dezembro, a cidade completa 413 anos. Para relembrar um dos fatos históricos mais importantes da cidade, o G1 preparou uma reportagem especial sobre a participação de Natal na Segunda Guerra Mundial.
A cara de Natal mudou em 1942. A chegada das tropas norte-americanas à capital potiguar trouxe também dinheiro e desenvolvimento. Em troca, a cidade cedeu sua posição geográfica considerada estratégica para o poderio militar dos EUA. Afinal, na América do Sul, Natal é o ponto mais próximo dos continentes europeu e africano.
"Os EUA precisavam de um local de onde pudessem decolar com segurança. Um ponto de apoio que permitisse abastecer e seguir direto para a África", explicou o professor de história Luís Eduardo Suassuna, ou simplesmente professor Coquinho, como é mais conhecido.
Foi por suprir esta necessidade que Natal, e não Parnamirim, se transformou no 'Trampolim da Vitória' para os EUA. Os aviões vinham deste país, abasteciam em Natal e ficavam prontos para fazer a travessia do Atlântico rumo ao continente africano. "Muita gente pensa que este termo 'Trampolim da Vitoria' se refere a Parnamirim. Mas o município nem existia naquela época. A Parnamirim de hoje era um distrito de Natal, que só foi emancipada em 1950", recordou Coquinho.
Um aeroporto com uma média de 200 voos diários, avenidas asfaltadas e a Base Naval do Alecrim foram marcas importantes do período. Mas, outras coisas menos relevantes, contudo muito apreciadas, também surgiram com a presença dos soldados americanos. Natal foi a primeira cidade brasileira a ter coca-cola, ketchup, óculos de aviador e calças jeans. Os natalenses também adicionaram ao idioma nativo expressões da língua inglesa, como o 'ok' e o 'bye-bye'.
"O modo de vida americano foi penetrando na capital potiguar. O costume de fazer a barba com frequência, o hábito de tomar refrigerante, mascar chiclete. Tudo isso foi incorporado a nossa cultura. E daqui foi disseminado para o resto do país", afirmou o professor.
O acerto para o envio de tropas brasileiras ao continente europeu foi realizado em Natal no ano de 1943. Para isso, foi necessária a vinda do presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt, e o do Brasil, Getúlio Vargas. Os dois circularam pela cidade, reconheceram mais uma vez a posição estratégica do lugar e acordaram como seria a parceria entre o Brasil e o bloco dos Aliados com a ida dos soldados brasileiros para a guerra.
Como existia o receio de que os alemães quisessem tomar Natal, exatamente pela localização privilegiada, os combatentes também precisavam tomar conta do litoral. O medo era de que os nazistas chegassem a Natal em submarinos.
Nesta época, cerca de 10 mil americanos se instalaram em Natal, cuja população era de aproximadamente 55 mil habitantes, segundo o estudo do professor Coquinho. "Este número não é exato. Mas, de fato, o grande volume de americanos aumentou a população local em cerca de 20%. É um percentual muito expressivo", disse Coquinho. O grupo de estrangeiros costumava gastar muito dinheiro em Natal. Isso incrementou o comércio natalense.
Garçon natalense servindo os americanos (Foto: Acervo Fundação Rampa)Garçom natalense servindo americanos
(Foto: Acervo Fundação Rampa)
Maria Boa

Surgiram os primeiros restaurantes, bares e cabarés. "Muita gente acha que o cabaré mais famoso da cidade, o de Maria Boa, surgiu nessa neste período. Mas não foi. Os americanos procuravam muito as mulheres no bairro da Ribeira. Alguns cabarés surgiram ali. A mão de obra especializada para as construções que passaram a ser erguidas na cidade vinha de fora, já que Natal não dispunha de marceneiros e pedreiros. A partir disso, novas profissões passaram a existir na capital potiguar.
Além de trazer a modernidade. As mulheres, por exemplo, começaram a adotar costumes americanos. Elas passaram a ir sozinhas ao comércio. Para o resto do país, as natalenses eram vistas como modernas. Embutindo nisso um certo tom de crítica. "Algumas casaram com  americanos e deixaram para trás o país. Os registros de Câmara Cascudo apontam que cerca de 32 mulheres casaram com norte-americanos", enfatizou Coquinho.
black-outs
Mas nem só de romances e novos costumes viveu a cidade. O clima de guerra também se espalhou por Natal. Os natalenses conviviam com o black-out, momento de apagar as luzes. A população tinha que ficar na escuridão, todas as noites, a partir de uma hora determinada. A medida fazia parte da estratégia de proteção militar.
"Caso os alemães invadissem a cidade, estaria tudo escuro, impedindo a circulação deles por aqui. As pessoas não acendiam nem vela. Todo mundo tinha medo", afirmou Coquinho. A ameaça de invasão a Natal era muito presente, uma vez que a posição da cidade seria de suma importância para a Alemanha. Prevendo isso, os americanos alertaram o povo sobre o toque da sirene. Se ela soasse, significaria que os nazistas haviam invadido a cidade.
"A sirene só tocou uma vez e foi um grande desespero. Famílias se esconderam de baixo da cama. Tiveram até casas onde foram construídos cômodos subterrâneos. Onde atualmente funciona o hospital particular Papi, no bairro do Tirol, havia uma dessas casas com a presença de abrigos antiaéreos. Tudo para se proteger contra os nazistas. Felizmente não foi preciso. O toque da sirene fazia parte de um treinamento militar", pontuou Coquinho.
Com o fim da guerra, em 1945, a crise financeira se instalou na cidade. Mas, restou a modernidade e a estrutura deixada pelos anos de investimentos americanos. Além das lembranças dos dias de prosperidade. Momentos eternizados na história de Natal e nos álbuns de fotografias dos americanos.
Albúm de um marinheiro que passou por Natal na Segunda Guerra (Foto: Algusto Maranhão)Álbum de um marinheiro que passou por Natal na Segunda Guerra Mundial  (Foto: Augusto Maranhaofonte: http://g1.globo.com/rn


NATAL NA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL -PARTE II AMERICANOS EM NATAL





O grande contingente de soldados americanos em Natal, alterou profundamente os hábitos da cidade, principalmente no que diz respeito a população feminina. As moças passaram a agir com mais autonomia, incorporando modos e  modismos americanos, costumes muito ousados para a época; assim começaram a fumar cigarros (a marca Chesterfield era a preferida), a beber "Cube Libre" (mistura de rum com coca-cola) a mascar Chicletes e a frequentar bailes no mais completo estilo americano.





A feição da cidade mudou, deixando-a com ares "americanizados". Seus habitantes que até então levavam uma vida modesta e tranquila, passaram a conviver com a passagem pela cidade de pessoas de outras nacionalidades, como o Arcebispo de Nova York, o Príncipe da Holanda, o Presidente do Paraguai, o Embaixador do Reino Unido,o Ministro das Relações Exteriores da China, Anna Eleonor Roosevelt, primeira-dama dos EUA, os atores Humphrey Bogart, Clark Gable, o músico Glenn Miller, o cantor Al Johnson, entre outras Personalidades.



Sem título
                 Grande Hotel- principal ponto de hospedagem da cidade                                    


A influência norte-americana se fez sentir também na linguagem, com a introdução de algumas palavras e expressões inglesas: "change money", "drink beer", "give me a cigarrette", "blackout" etc, passou a fazer parte do vocabulário popular da cidade.
A população de Natal foi a primeira a consumir Coca-Cola na América do Sul, em 1942, quando da chegada das tropas aliadas. Neste contexto, a Coca-Cola, em um primeiro momento trazida pelos próprios soldados e posteriormente, produzida em pequenas fábricas móveis que passaram a acompanhar as tropas. Na época,a política adotada pela empresa em relação à Segunda Guerra Mundial era de apoiar seus combatentes, oferecendo seus produtos onde quer que estejam, sendo comercializada, a um preço de cinco centavos de dólar o copo.  
                          



Com a  A finalidade de promover uma maior integração dos militares norte-americanos com a população natalense, surgiram associações recreativas e, tanto o Aéro Clube como o Clube Hípico, foram alugados para a realização de bailes. Houve, por causa disso, uma invasão de ritmos estrangeiros: "rumba", "conga", "bolero". Na base de Parnamirim, no sábado, os bailes eram realizados só para os americanos, mas no domingo era para todos- For All. Há quem atribua que vem daí a origem da palavra  forró, um dos nossos ritmos mais famosos. Essa tese é contestada pelo historiador Câmara Cascudo. Segundo ele, a versão mais verossímil é a de que "forró é derivado do termo africano, forrobodó e era uma festa transformada em gênero musical pelo fascínio que exercia sobre as pessoas". Da Praça Augusto Severo, na Ribeira, saía o ônibus que transportava as meninas para as festas na base americana de Parnamirim. O ônibus era chamado pejorativamente   de  "marmita".



                                           Baile em  Parnamirim Field - Far All


                     FOR ALL - TRAMPOLIM DA VITÓRIA



O filme For All, Trampolim da Vitória de 1997, dirigido por Luiz Carlos Lacerda e Buza Ferraz, com José Wilker e Betty Faria, retrata o impacto causado pela chegada dos americanos em Natal, na Segunda Guerra Mundial. A base Aérea,  cenário do filme, localiza-se num terreno de mais de 50km de extensão, com 60 prédios, galpões, parque de manutenção de aeronaves, quatro pistas de pouso e decolagem. Essa base, tão importante para a nossa história, guarda algumas construções e aeronaves preservadas,do tempo da Segunda Guerra.




Vídeo Produzido pela Fundação Rampa



                                                     Americanos em Natal


Fontes:
CASCUDO, Luís da Câmara. História da cidade do Natal. Natal: Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte, 1999.
Flávia de Sá Pedreira. Chiclete eu misturo com banana: Carnaval e cotidiano de guerra em Natal (1920-1945), Natal: Editora da UFRN, 2005

 Fotos: 
                 Fundação Rampa
                 Imagens  Google

Vídeo:
            Enviado ao You Tube por adorn2003 em 17/12/2009

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