Estados Unidos
NSA espionou conversas telefônicas de 35 líderes mundiais
A Agência de Segurança Nacional dos EUA incentivou funcionários da Casa Branca e Pentágono a entregar listas de contatos de políticos estrangeiros
Sede da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana em Fort Meade, Maryland (Paul J. Richards/AFP)
A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos espionou as conversas telefônicas de 35 líderes mundiais a partir de uma lista montada por um funcionário do governo americano com mais de 200 contatos de políticos de diversos países. Segundo os documentos vazados pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden ao jornal The Guardian, a NSA incentivou funcionários da Casa Branca, Departamento de Estado e Pentágono a compartilhar números de telefones de políticos. A espionagem, contudo, trouxe “poucos resultados significativos” para os serviços de inteligência americanos, de acordo com os arquivos.
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Os documentos datam de outubro de 2006, segundo mandato do presidente George W. Bush. De acordo com o Guardian, um funcionário do governo atendeu ao pedido da NSA e liberou uma lista com mais de 200 contatos para espionagem, incluindo os de 35 líderes mundiais – nenhum político foi identificado. Além dos telefones dos chefes de estado, a NSA recolheu outros 43 números dessa lista. Os contatos também foram espionados e ajudaram a revelar outros números telefônicos que acabaram adicionados ao banco de dados da agência.
O jornal The Guardian aponta que os novos documentos vazados por Snowden funcionavam como uma espécie de memorando para incentivar outros funcionários do governo a contribuírem. “De tempos em tempos, o Diretório de Inteligência de Sinais oferece acesso aos bancos de dados pessoais de oficiais americanos. Estes bancos podem conter informações sobre líderes políticos ou militares estrangeiros, incluindo linhas telefônicas, fax, números residenciais e celulares”, diz o documento.
Procurada pelo The Guardian, a Casa Branca se recusou a comentar as novas revelações de Snowden. O governo, no entanto, pediu para que o jornal considerasse o pronunciamento emitido pelo porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, nesta quinta-feira. “As revelações da NSA claramente causaram tensões no nosso relacionamento com alguns países, e nós estamos tratando disso através dos canais diplomáticos. Essas são questões muito importantes relacionadas à nossa economia e segurança e nós tentaremos manter os laços mais próximos possíveis”, declarou Carney.
Alemanha – A confirmação de que os EUA espionaram 35 líderes mundiais vem à tona após o governo alemão ter descoberto que a NSA grampeou o celular pessoal da chanceler Angela Merkel. As denúncias levaram Merkel a ligar para Obama para pedir explicações. O presidente americano reiterou que os EUA “não estão espionando e nem espionarão” o telefone da chanceler, mas não deixou claro se o país chegou a ouvir as chamadas feitas pela chefe de estado no passado. Nesta quinta-feira, Carney se negou a responder às perguntas sobre esta possibilidade. O embaixador dos EUA em Berlim, John B. Emerson, foi convocado para prestar esclarecimentos ao governo alemão.
A imprensa alemã noticiou nesta quinta-feira que o telefone de Merkel grampeado foi usado entre 1999 e julho deste ano – os EUA não teriam espionado o novo celular utilizado pela chanceler. Em meio às suspeitas de espionagem, a Comissão Europeia afirmou que é tempo de os países da União Europeia (UE) reagirem às denúncias de forma unida.
Itália – A revista italiana L’Espresso anunciou nesta quinta-feira que uma reportagem trará detalhes sobre a espionagem exercida pelos EUA contra membros do governo da Itália, empresas e suspeitos de atos terroristas. A nota dizia que documentos em poder de Snowden "contêm uma grande quantidade de informações sobre o controle das telecomunicações italianas". Após o anúncio da revista, o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, disse que a espionagem entre aliados é “inconcebível e inaceitável".
Fonte: http://veja.abril.com.br
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Espionagem nos Estados Unidos
Programas secretos americanos vasculham dados de milhões de pessoas. Inclusive no Brasil.>
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5 de junho
O jornal britânico The Guardian revela que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) teve acesso a dados de telefonemas de milhões de usuários da Verizon, uma das maiores companhias telefônicas dos Estados Unidos.
Fonte: http://veja.abril.com.br
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Diplomacia
Comissão Europeia pede a Europa ação contra espionagem dos Estados Unidos
Angela Merkel e François Hollande terão encontro para discutir os possíveis casos de espionagem
A comissária europeia de Justiça, Viviane Reding, fala durante um debate em Estrasburgo, na França, em 9 de outubro de 2013 (Frederick Florin/AFP)
A Comissão Europeia afirmou nesta quinta-feira, em meio às últimas suspeitas de espionagem americana na Europa, que é tempo de atuar para dar "unidade" à União Europeia (UE) frente aos Estados Unidos. "A proteção de dados deve ser aplicada tanto aos correios eletrônicos dos cidadãos como ao telefone celular de Angela Merkel", afirmou a comissária europeia de Justiça, Viviane Reding, citada por seu porta-voz.
"Agora não se trata apenas de fazer declarações, temos que atuar nas principais esferas europeias", completou a comissária, referindo-se ao projeto de lei sobre a proteção de dados bloqueado há meses pelos estados membros por diferentes razões. "Apenas se continuarmos unidos nisto seremos confiáveis", destacou.
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Encontro de líderes - Ainda nesta quinta-feira, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande podem discutir as acusações de que a inteligência dos EUA espionariam governos europeus durante uma prévia da cúpula de líderes da UE, informou o porta-voz de Merkel.
O porta-voz comunicou que a reunião foi marcada com o objetivo de realizar os preparativos para a cúpula, mas o encontro foi agendado antes de as autoridades alemãs terem declarado que acreditavam que agências de inteligência americanas podem ter espionado o telefone celular de Merkel. Uma autoridade francesa confirmou a reunião, também dizendo que ela foi agendada antes das acusações.
Fonte: http://veja.abril.com.br
O porta-voz comunicou que a reunião foi marcada com o objetivo de realizar os preparativos para a cúpula, mas o encontro foi agendado antes de as autoridades alemãs terem declarado que acreditavam que agências de inteligência americanas podem ter espionado o telefone celular de Merkel. Uma autoridade francesa confirmou a reunião, também dizendo que ela foi agendada antes das acusações.
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Espionagem
EUA tentam acalmar franceses após denúncia de espionagem
Casa Branca diz que coleta de dados é feita do mesmo modo por 'todos os países'
O secretário de Estado, John Kerry. Americano tentou acalmar os franceses (Eric Thayer/Reuters)
A Casa Branca respondeu nesta segunda-feira às queixas feitas pela França após nova denúncia de espionagem envolvendo a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). "Já deixamos claro que os Estados Unidos recolhem informações de inteligência no exterior do mesmo modo que todos os países recolhem", afirmou a porta-voz Caitlin Hayden. "Como disse o presidente (Barack Obama) em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, começamos a revisar o modo com que obtemos informações para poder chegar a um equilíbrio entre as legítimas preocupações pela segurança de nossos concidadãos e aliados e as preocupações que todo o mundo compartilha a propósito da proteção de sua intimidade."
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As queixas da França foram feitas após reportagem do jornal Le Monde, com base em documentos revelados pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden, mostrar que entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013 a agência efetuou 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses.
Na noite desta segunda-feira, a Casa Branca também anunciou que o presidente Barack Obama conversou sobre o caso por telefone com seu colega francês, François Hollande. Segundo a Casa Branca, os dois presidentes concordaram em discutir esses temas no futuro por meio dos canais diplomáticos.
O secretário John Kerry, que chegou nesta segunda-feira a Paris para uma reunião com membros da Liga Árabe, também tentou acalmar os ânimos dos franceses, que exigiram a convocação do embaixador americano no país para que dê explicações. Kerry reiterou que a França é um dos aliados mais antigos do país e que os EUA só agiram assim para garantir a segurança dos cidadãos americanos. “Proteger os nossos cidadãos no mundo atual é uma tarefa muita complicada e desafiadora”, disse, segundo declarações reproduzidas pela rede BBC. “Nosso objetivo é tentar achar o equilíbrio ideal entre proteger a privacidade e a segurança de nossos cidadãos.”
Espionagem - Os documentos revelados pelo Le Monde descrevem as técnicas utilizadas para obter dados secretos dos franceses. Quando, por exemplo, alguns números de telefone são discados na França, a gravação da conversa é iniciada automaticamente. Comunicações via SMS também são monitoradas automaticamente, com base em palavras-chave. Além de pessoas suspeitas de ligações com atividades terroristas, os documentos mostram que também estão no radar da NSA nomes do mundo empresarial, político e do governo francês.
"Estou profundamente escandalizado", declarou nesta segunda-feira em Copenhague o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault. Já o chanceler da França, Laurent Fabius, disse que "estas práticas (espionagem) entre aliados, que atentam contra a vida privada, são totalmente inaceitáveis. Temos que garantir rapidamente que não voltem a acontecer", completou Fabius.
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Espionagem
França exige explicações dos Estados Unidos por revelações de espionagem
Laurent Fabius, chanceler da França, afirmou que esta prática entre aliados é "inaceitável". O governo francês espera que o embaixador americano se apresente ainda hoje à sede do ministério francês das Relações Exteriores
O ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius (Ian Langsdon/EFE)
O chanceler da França, Laurent Fabius, anunciou nesta segunda-feira a convocação imediata do embaixador dos Estados Unidos em Paris, Charles H. Rivkin, para que ele explique o caso de espionagem pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana "O embaixador americano será recebido ainda hoje no Quai d'Orsay (sede do ministério francês das Relações Exteriores)", disse Fabius antes de uma reunião europeia em Luxemburgo. "Estas práticas entre aliados, que atentam contra a vida privada, são totalmente inaceitáveis. Temos que garantir rapidamente que não voltem a acontecer", completou Fabius.
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O ministro do Interior da França, Manuel Valls, considerou nesta segunda-feira "chocantes" as revelações sobre a espionagem praticada na França pela NSA e também pediu explicações.
Segundo o jornal Le Monde, que cita documentos revelados pelo ex-funcionário terceirizado da NSA Edward Snowden, em um período de 30 dias, entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013, a agência efetuou 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses. Os documentos, revelados em junho por Snowden, descrevem as técnicas utilizadas para arrecadar ilegalmente dados secretos ou da vida cotidiana dos franceses, completa o jornal. Ainda de acordo com o Le Monde, a NSA dispõe de diversas técnicas para obter os dados. Quando, por exemplo, alguns números de telefone são discados na França, ativam um sinal que desencadeia de forma automática a gravação de certas conversas.
Esta técnica permite também espionar os SMS e seu conteúdo com base em palavras-chave. Além disso, e de forma sistemática, a NSA conserva o histórico das ligações de cada objetivo, segundo o jornal. Os documentos mostram que os alvos da NSA são pessoas suspeitas de ligações com atividades terroristas, mas também indivíduos espionados simplesmente porque pertencem ao mundo empresarial, político ou ao governo francês. "Com as novas tecnologias da comunicação, está claro que são necessárias regras. Isto envolve todos os países", destacou Valls. "Se um país amigo, um país aliado, espiona a França ou espiona outros países europeus, isto é totalmente inaceitável", completou.
O gráfico da NSA mostra, segundo os documentos divulgados, a média de intercepção de três milhões de dados por dia, com picos de quase sete milhões em 24 de dezembro de 2012 e 7 de janeiro de 2013.
México
Após reportagem da revista alemã Der Spiegel revelando que o governo dos EUA teria invadido o e-mail do ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012), o governo do México condenou a suposta espionagem e exigiu uma explicação. "O governo do México reitera a categórica condenação à violação da privacidade das comunicações das instituições e cidadãos mexicanos", afirma um comunicado da chancelaria mexicana.
Após reportagem da revista alemã Der Spiegel revelando que o governo dos EUA teria invadido o e-mail do ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012), o governo do México condenou a suposta espionagem e exigiu uma explicação. "O governo do México reitera a categórica condenação à violação da privacidade das comunicações das instituições e cidadãos mexicanos", afirma um comunicado da chancelaria mexicana.
De acordo com a revista, a NSA "espionou sistematicamente e durante anos o governo mexicano". "Esta prática é inaceitável, ilegítima e contrária ao direito mexicano e ao direito internacional", destaca a nota do ministério das Relações Exteriores. O comunicado destaca um pedido de investigação às autoridades americanas, que deverá ser "concluída rapidamente".
Brasil
As revelações de Snowden também abalaram as relações dos EUA com o Brasil, que segundo denúncias foi outro país alvo dos programas de espionagem da NSA.
As revelações de Snowden também abalaram as relações dos EUA com o Brasil, que segundo denúncias foi outro país alvo dos programas de espionagem da NSA.
A presidente Dilma Rousseff cancelou uma visita de estado que faria a Washington este mês após denúncia de que teve suas próprias comunicações pessoais monitoradas pela agência americana. O Ministério de Minas e Energia e a Petrobras também foram alvo de espionagem da NSA, de acordo com as denúncias.
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Diplomacia
França e Alemanha querem pacto antiespionagem com EUA
'O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro', disse Hollande. 'Princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro', assinalou Angela Merkel
François Hollande e Angela Merkel participaram nesta quinta da reunião de cúpula dos líderes da União Europeia em Bruxelas (Yves Hernman/Reuters)
França e Alemanha acertaram nesta quinta-feira que irão impulsionar uma negociação com os Estados Unidos até o final do ano para criar um marco de cooperação sobre as práticas dos serviços secretos, em resposta às recentes denúncias de que os dois países foram espionados pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês). A ideia é firmar um acordo que previna a espionagem mútua entre os países. O anúncio conjunto dos governos francês e alemão foi feito no mesmo dia em que o jornal britânico The Guardian noticiou que 35 líderes mundiais foram monitorados pela NSA, segundo documentos fornecidos pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden, delator do programa de espionagem dos EUA.
"O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro", disse o presidente francês François Hollande em entrevista coletiva, na qual ressaltou que "há comportamentos e práticas que não podem ser aceitas". Segundo Hollande, a iniciativa está também aberta para os outros países europeus que queiram se unir para revitalizar o grupo criado há meses pela União Europeia para discutir o assunto com Washington.
"Vamos fazer todo o possível para conseguir antes do fim de ano um entendimento comum sobre a cooperação dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e Alemanha e Estados Unidos e França, respectivamente", confirmou a chanceler alemã, Angela Merkel. "O princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro", assinalou Merkel, exigindo dos EUA "verdadeiras mudanças" em relação às práticas dos serviços de inteligência.
Merkel teve o celeular grampeado, apontam indícios colhidos pelo governo alemão e revelados pela revista Der Spiegel. As denúncias levaram a chanceler a ligar para Barack Obama para pedir explicações. O presidente americano reiterou que os EUA "não estão espionando e nem espionarão" o telefone da chanceler, mas não deixou claro se o país chegou a ouvir as chamadas feitas pela chefe de estado no passado.
No caso francês, as relações com a Casa Branca foram estremecidas após reportagem do jornalLe Monde afirmar que, de acordo com documentos também fornecidos por Snowden, os EUA monitoraram 70 milhões de telefonemas na França entre o fim do ano passado e início deste ano. Para o presidente François Hollande, é imperativo conseguir "resultados" nas conversas com Washington para firmar o pacto sobre espionagem, pois "a confiança é essencial entre aliados".
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O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, explicou por sua vez que os líderes da União Europeia pactuaram uma "declaração final que se somará às conclusões do Conselho e que confirma que os europeus querem saber a verdade".
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Diplomacia
Berlim convoca embaixador dos EUA após suspeitas de espionagem a Merkel
Se confirmada a suspeita, “nós não podemos voltar aos negócios como fazíamos antes”, disse o ministro de Defesa alemão Thomas de Maizière
Conversas ao pé do ouvido. O governo de Barack Obama supostamente teria escutado conversas telefônicas de Angela Merkel (Kirill Kudryavtsev/AFP)
O ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, convocou nesta quinta-feira o embaixador dos Estados Unidos em Berlim, John B. Emerson, para pedir explicações diante dasuposta espionagem do celular da chanceler Angela Merkel, segundo informaram os veículos de imprensa germânicos.
Westerwelle receberá o embaixador pessoalmente ainda hoje. Nesta quarta-feira, Merkel falou por telefone com o presidente americano Barack Obama para cobrar esclarecimentos sobre as suspeitas de espionagem. A Casa Branca negou que os Estados Unidos estejam escutando ou tenham escutado as conversas da chanceler. Segundo informações do jornal New York Times, Merkel estava “brava” durante a conversa telefônica com Obama e lhe disse que, se a informação for confirmada, "desaprova totalmente" essas práticas, as quais considera "inaceitáveis".
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Para o ministro da Defesa alemão, Thomas de Maizière, se a espionagem for confirmada, “será um caso realmente grave”, ressaltou hoje em entrevista à televisão ARD. “Os americanos são e continuarão sendo nossos melhores amigos, mas isso é inaceitável”, ressaltou Maizière. Ele também sugeriu que a suposta espionagem poderia trazer consequências nas relações entre os dois países. “Nós não podemos voltar aos negócios como fazíamos antes”, disse.
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Segundo o titular da pasta, há anos ele dá como certo que escutam suas conversas no celular, mas nunca havia pensado que os americanos fariam isso. A Comissão Parlamentar de Segredos Oficiais, encarregada de controlar o trabalho dos serviços de inteligência, realizará uma sessão extraordinária para avaliar as suspeitas. “Quem espiona a chanceler espiona também os cidadãos”, manifestou o presidente da Comissão, o social-democrata Thomas Oppermann, que considerou que as atividades da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) estão “à margem de todos os controles democráticos”.
França
O serviço de inteligência dos Estados Unidos foi forçado a responder à insatisfação do governo de França sobre a extensão de seu programa de espionagem, garantindo que as notícias sobre o assunto veiculadas pelo Le Monde no início da semana eram "imprecisas e enganosas". O diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, questionou a veracidade das matérias no jornal francês sobre as atividades de inteligência americana. "A informação de que a NSA realizou mais de 70 milhões de gravações de dados telefônicos de cidadãos franceses é falsa", assegurou Clapper.
O serviço de inteligência dos Estados Unidos foi forçado a responder à insatisfação do governo de França sobre a extensão de seu programa de espionagem, garantindo que as notícias sobre o assunto veiculadas pelo Le Monde no início da semana eram "imprecisas e enganosas". O diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, questionou a veracidade das matérias no jornal francês sobre as atividades de inteligência americana. "A informação de que a NSA realizou mais de 70 milhões de gravações de dados telefônicos de cidadãos franceses é falsa", assegurou Clapper.
Questionado, o jornal confirmou as informações sobre as operações de espionagem em massa da NSA na França. Em resposta ao governo dos EUA, o Le Monde publicou em sua página on-line o que alega ser um documento procedente da NSA. Trata-se de um "gráfico que descreve a magnitude das vigilâncias telefônicas realizadas na França" - explica o jornal. O gráfico "indica claramente que os dados de 70,3 milhões de comunicações francesas foram gravadas pela agência" - insistiu o jornal, ratificando as matérias publicadas no início da semana.
O presidente francês, François Hollande, manifestou sua "profunda rejeição" às "práticas inaceitáveis" do país aliado em uma conversa por telefone com o presidente americano, Barack Obama, e pediu "uma cooperação bilateral" entre os serviços de inteligência. Alguns observadores e outros veículos da imprensa francesa relativizaram o impacto do caso na relação entre os dois países. O jornal Le Parisien/Aujourd'hui escreveu em sua manchete "Paris irritada, mas não muito". Para especialistas, os dois países precisam um do outro na cooperação contra o terrorismo.
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