BLOG DE CARLOS CAVALCANTI: ESPIONAGEM DOS ESTADOS UNIDOS

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sexta-feira, 25 de outubro de 2013

ESPIONAGEM DOS ESTADOS UNIDOS


Estados Unidos

NSA espionou conversas telefônicas de 35 líderes mundiais

A Agência de Segurança Nacional dos EUA incentivou funcionários da Casa Branca e Pentágono a entregar listas de contatos de políticos estrangeiros


Sede da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana em Fort Meade, Maryland
Sede da Agência de Segurança Nacional (NSA) americana em Fort Meade, Maryland (Paul J. Richards/AFP)

A Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos espionou as conversas telefônicas de 35 líderes mundiais a partir de uma lista montada por um funcionário do governo americano com mais de 200 contatos de políticos de diversos países. Segundo os documentos vazados pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden ao jornal The Guardian, a NSA incentivou funcionários da Casa Branca, Departamento de Estado e Pentágono a compartilhar números de telefones de políticos. A espionagem, contudo, trouxe “poucos resultados significativos” para os serviços de inteligência americanos, de acordo com os arquivos.
Os documentos datam de outubro de 2006, segundo mandato do presidente George W. Bush. De acordo com o Guardian, um funcionário do governo atendeu ao pedido da NSA e liberou uma lista com mais de 200 contatos para espionagem, incluindo os de 35 líderes mundiais – nenhum político foi identificado. Além dos telefones dos chefes de estado, a NSA recolheu outros 43 números dessa lista. Os contatos também foram espionados e ajudaram a revelar outros números telefônicos que acabaram adicionados ao banco de dados da agência.
O jornal The Guardian aponta que os novos documentos vazados por Snowden funcionavam como uma espécie de memorando para incentivar outros funcionários do governo a contribuírem. “De tempos em tempos, o Diretório de Inteligência de Sinais oferece acesso aos bancos de dados pessoais de oficiais americanos. Estes bancos podem conter informações sobre líderes políticos ou militares estrangeiros, incluindo linhas telefônicas, fax, números residenciais e celulares”, diz o documento.
Procurada pelo The Guardian, a Casa Branca se recusou a comentar as novas revelações de Snowden. O governo, no entanto, pediu para que o jornal considerasse o pronunciamento emitido pelo porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, nesta quinta-feira. “As revelações da NSA claramente causaram tensões no nosso relacionamento com alguns países, e nós estamos tratando disso através dos canais diplomáticos. Essas são questões muito importantes relacionadas à nossa economia e segurança e nós tentaremos manter os laços mais próximos possíveis”, declarou Carney.
Alemanha – A confirmação de que os EUA espionaram 35 líderes mundiais vem à tona após o governo alemão ter descoberto que a NSA grampeou o celular pessoal da chanceler Angela Merkel. As denúncias levaram Merkel a ligar para Obama para pedir explicações. O presidente americano reiterou que os EUA “não estão espionando e nem espionarão” o telefone da chanceler, mas não deixou claro se o país chegou a ouvir as chamadas feitas pela chefe de estado no passado. Nesta quinta-feira, Carney se negou a responder às perguntas sobre esta possibilidade. O embaixador dos EUA em Berlim, John B. Emerson, foi convocado para prestar esclarecimentos ao governo alemão.
A imprensa alemã noticiou nesta quinta-feira que o telefone de Merkel grampeado foi usado entre 1999 e julho deste ano – os EUA não teriam espionado o novo celular utilizado pela chanceler. Em meio às suspeitas de espionagem, a Comissão Europeia afirmou que é tempo de os países da União Europeia (UE) reagirem às denúncias de forma unida.
Itália – A revista italiana L’Espresso anunciou nesta quinta-feira que uma reportagem trará detalhes sobre a espionagem exercida pelos EUA contra membros do governo da Itália, empresas e suspeitos de atos terroristas. A nota dizia que documentos em poder de Snowden "contêm uma grande quantidade de informações sobre o controle das telecomunicações italianas". Após o anúncio da revista, o primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, disse que a espionagem entre aliados é “inconcebível e inaceitável".
Fonte: http://veja.abril.com.br

Espionagem nos Estados Unidos

Programas secretos americanos vasculham dados de milhões de pessoas. Inclusive no Brasil.>

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5 de junho


O jornal britânico The Guardian revela que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) teve acesso a dados de telefonemas de milhões de usuários da Verizon, uma das maiores companhias telefônicas dos Estados Unidos.
Fonte: http://veja.abril.com.br


Diplomacia

Comissão Europeia pede a Europa ação contra espionagem dos Estados Unidos

Angela Merkel e François Hollande terão encontro para discutir os possíveis casos de espionagem

A comissária europeia de Justiça, Viviane Reding, fala durante um debate em Estrasburgo, na França, em 9 de outubro de 2013
A comissária europeia de Justiça, Viviane Reding, fala durante um debate em Estrasburgo, na França, em 9 de outubro de 2013 (Frederick Florin/AFP)
A Comissão Europeia afirmou nesta quinta-feira, em meio às últimas suspeitas de espionagem americana na Europa, que é tempo de atuar para dar "unidade" à União Europeia (UE) frente aos Estados Unidos. "A proteção de dados deve ser aplicada tanto aos correios eletrônicos dos cidadãos como ao telefone celular de Angela Merkel", afirmou a comissária europeia de Justiça, Viviane Reding, citada por seu porta-voz.
"Agora não se trata apenas de fazer declarações, temos que atuar nas principais esferas europeias", completou a comissária, referindo-se ao projeto de lei sobre a proteção de dados bloqueado há meses pelos estados membros por diferentes razões. "Apenas se continuarmos unidos nisto seremos confiáveis", destacou.
Encontro de líderes - Ainda nesta quinta-feira, a chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande podem discutir as acusações de que a inteligência dos EUA espionariam governos europeus durante uma prévia da cúpula de líderes da UE, informou o porta-voz de Merkel.

O porta-voz comunicou que a reunião foi marcada com o objetivo de realizar os preparativos para a cúpula, mas o encontro foi agendado antes de as autoridades alemãs terem declarado que acreditavam que agências de inteligência americanas podem ter espionado o telefone celular de Merkel. Uma autoridade francesa confirmou a reunião, também dizendo que ela foi agendada antes das acusações.

Fonte: http://veja.abril.com.br


Espionagem

EUA tentam acalmar franceses após denúncia de espionagem

Casa Branca diz que coleta de dados é feita do mesmo modo por 'todos os países'

O secretário de estado americano, John Kerry, durante uma conferência na Assembleia Geral da ONU
O secretário de Estado, John Kerry. Americano tentou acalmar os franceses (Eric Thayer/Reuters)
A Casa Branca respondeu nesta segunda-feira às queixas feitas pela França após nova denúncia de espionagem envolvendo a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). "Já deixamos claro que os Estados Unidos recolhem informações de inteligência no exterior do mesmo modo que todos os países recolhem", afirmou a porta-voz Caitlin Hayden. "Como disse o presidente (Barack Obama) em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, começamos a revisar o modo com que obtemos informações para poder chegar a um equilíbrio entre as legítimas preocupações pela segurança de nossos concidadãos e aliados e as preocupações que todo o mundo compartilha a propósito da proteção de sua intimidade."
As queixas da França foram feitas após reportagem do jornal Le Monde, com base em documentos revelados pelo ex-funcionário da NSA Edward Snowden, mostrar que entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013 a agência efetuou 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses.
Na noite desta segunda-feira, a Casa Branca também anunciou que o presidente  Barack Obama conversou sobre o caso por telefone com seu colega francês, François Hollande. Segundo a Casa Branca, os dois presidentes concordaram em discutir esses temas no futuro por meio dos canais diplomáticos.
O secretário John Kerry, que chegou nesta segunda-feira a Paris para uma reunião com membros da Liga Árabe, também tentou acalmar os ânimos dos franceses, que exigiram a convocação do embaixador americano no país para que dê explicações. Kerry reiterou que a França é um dos aliados mais antigos do país e que os EUA só agiram assim para garantir a segurança dos cidadãos americanos. “Proteger os nossos cidadãos no mundo atual é uma tarefa muita complicada e desafiadora”, disse, segundo declarações reproduzidas pela rede BBC. “Nosso objetivo é tentar achar o equilíbrio ideal entre proteger a privacidade e a segurança de nossos cidadãos.”
Espionagem - Os documentos revelados pelo Le Monde descrevem as técnicas utilizadas para obter dados secretos dos franceses. Quando, por exemplo, alguns números de telefone são discados na França, a gravação da conversa é iniciada automaticamente. Comunicações via SMS também são monitoradas automaticamente, com base em palavras-chave. Além de pessoas suspeitas de ligações com atividades terroristas, os documentos mostram que também estão no radar da NSA nomes do mundo empresarial, político e do governo francês. 
"Estou profundamente escandalizado", declarou nesta segunda-feira em Copenhague o primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault. Já o chanceler da França, Laurent Fabius, disse que "estas práticas (espionagem) entre aliados, que atentam contra a vida privada, são totalmente inaceitáveis. Temos que garantir rapidamente que não voltem a acontecer", completou Fabius.
Fonte: http://veja.abril.com.br


Espionagem

França exige explicações dos Estados Unidos por revelações de espionagem

Laurent Fabius, chanceler da França, afirmou que esta prática entre aliados é "inaceitável". O governo francês espera que o embaixador americano se apresente ainda hoje à sede do ministério francês das Relações Exteriores

O ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius
O ministro francês de Relações Exteriores, Laurent Fabius (Ian Langsdon/EFE)
O chanceler da França, Laurent Fabius, anunciou nesta segunda-feira a convocação imediata do embaixador dos Estados Unidos em Paris, Charles H. Rivkin, para que ele explique o caso de espionagem pela Agência Nacional de Segurança (NSA) americana "O embaixador americano será recebido ainda hoje no Quai d'Orsay (sede do ministério francês das Relações Exteriores)", disse Fabius antes de uma reunião europeia em Luxemburgo. "Estas práticas entre aliados, que atentam contra a vida privada, são totalmente inaceitáveis. Temos que garantir rapidamente que não voltem a acontecer", completou Fabius.
O ministro do Interior da França, Manuel Valls, considerou nesta segunda-feira "chocantes" as revelações sobre a espionagem praticada na França pela NSA e também pediu explicações.
Segundo o jornal Le Monde, que cita documentos revelados pelo ex-funcionário terceirizado da NSA Edward Snowden, em um período de 30 dias, entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro de 2013, a agência efetuou 70,3 milhões de gravações de dados telefônicos de franceses. Os documentos, revelados em junho por Snowden, descrevem as técnicas utilizadas para arrecadar ilegalmente dados secretos ou da vida cotidiana dos franceses, completa o jornal. Ainda de acordo com o Le Monde, a NSA dispõe de diversas técnicas para obter os dados. Quando, por exemplo, alguns números de telefone são discados na França, ativam um sinal que desencadeia de forma automática a gravação de certas conversas.
Esta técnica permite também espionar os SMS e seu conteúdo com base em palavras-chave. Além disso, e de forma sistemática, a NSA conserva o histórico das ligações de cada objetivo, segundo o jornal. Os documentos mostram que os alvos da NSA são pessoas suspeitas de ligações com atividades terroristas, mas também indivíduos espionados simplesmente porque pertencem ao mundo empresarial, político ou ao governo francês. "Com as novas tecnologias da comunicação, está claro que são necessárias regras. Isto envolve todos os países", destacou Valls. "Se um país amigo, um país aliado, espiona a França ou espiona outros países europeus, isto é totalmente inaceitável", completou.
O gráfico da NSA mostra, segundo os documentos divulgados, a média de intercepção de três milhões de dados por dia, com picos de quase sete milhões em 24 de dezembro de 2012 e 7 de janeiro de 2013.
México
Após reportagem da revista alemã Der Spiegel revelando que o governo dos EUA teria invadido o e-mail do ex-presidente Felipe Calderón (2006-2012), o governo do México condenou a suposta espionagem e exigiu uma explicação. "O governo do México reitera a categórica condenação à violação da privacidade das comunicações das instituições e cidadãos mexicanos", afirma um comunicado da chancelaria mexicana.
De acordo com a revista, a NSA "espionou sistematicamente e durante anos o governo mexicano". "Esta prática é inaceitável, ilegítima e contrária ao direito mexicano e ao direito internacional", destaca a nota do ministério das Relações Exteriores. O comunicado destaca um pedido de investigação às autoridades americanas, que deverá ser "concluída rapidamente".
Brasil
As revelações de Snowden também abalaram as relações dos EUA com o Brasil, que segundo denúncias foi outro país alvo dos programas de espionagem da NSA.
A presidente Dilma Rousseff cancelou uma visita de estado que faria a Washington este mês após denúncia de que teve suas próprias comunicações pessoais monitoradas pela agência americana. O Ministério de Minas e Energia e a Petrobras também foram alvo de espionagem da NSA, de acordo com as denúncias.
Fonte: http://veja.abril.com.br


Diplomacia

França e Alemanha querem pacto antiespionagem com EUA

'O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro', disse Hollande. 'Princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro', assinalou Angela Merkel

François Hollande e Angela Merkel participaram nesta quinta da reunião de cúpula dos líderes da União Europeia em Bruxelas
François Hollande e Angela Merkel participaram nesta quinta da reunião de cúpula dos líderes da União Europeia em Bruxelas (Yves Hernman/Reuters)
França e Alemanha acertaram nesta quinta-feira que irão impulsionar uma negociação com os Estados Unidos até o final do ano para criar um marco de cooperação sobre as práticas dos serviços secretos, em resposta às recentes denúncias de que os dois países foram espionados pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês). A ideia é firmar um acordo que previna a espionagem mútua entre os países. O anúncio conjunto dos governos francês e alemão foi feito no mesmo dia em que o jornal britânico The Guardian noticiou que 35 líderes mundiais foram monitorados pela NSA, segundo documentos fornecidos pelo ex-analista de inteligência Edward Snowden, delator do programa de espionagem dos EUA.
"O objetivo desse marco será estabelecer regras para o futuro", disse o presidente francês François Hollande em entrevista coletiva, na qual ressaltou que "há comportamentos e práticas que não podem ser aceitas". Segundo Hollande, a iniciativa está também aberta para os outros países europeus que queiram se unir para revitalizar o grupo criado há meses pela União Europeia para discutir o assunto com Washington.
"Vamos fazer todo o possível para conseguir antes do fim de ano um entendimento comum sobre a cooperação dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e Alemanha e Estados Unidos e França, respectivamente", confirmou a chanceler alemã, Angela Merkel. "O princípio deve ser: não se espiona, nem no futuro", assinalou Merkel, exigindo dos EUA "verdadeiras mudanças" em relação às práticas dos serviços de inteligência.
Merkel teve o celeular grampeado, apontam indícios colhidos pelo governo alemão e revelados pela revista Der Spiegel. As denúncias levaram a chanceler a ligar para Barack Obama para pedir explicações. O presidente americano reiterou que os EUA "não estão espionando e nem espionarão" o telefone da chanceler, mas não deixou claro se o país chegou a ouvir as chamadas feitas pela chefe de estado no passado.
No caso francês, as relações com a Casa Branca foram estremecidas após reportagem do jornalLe Monde afirmar que, de acordo com documentos também fornecidos por Snowden, os EUA monitoraram 70 milhões de telefonemas na França entre o fim do ano passado e início deste ano. Para o presidente François Hollande, é imperativo conseguir "resultados" nas conversas com Washington para firmar o pacto sobre espionagem, pois "a confiança é essencial entre aliados". 
O primeiro-ministro da Itália, Enrico Letta, explicou por sua vez que os líderes da União Europeia pactuaram uma "declaração final que se somará às conclusões do Conselho e que confirma que os europeus querem saber a verdade".
Fonte: http://veja.abril.com.br


Diplomacia

Berlim convoca embaixador dos EUA após suspeitas de espionagem a Merkel

Se confirmada a suspeita, “nós não podemos voltar aos negócios como fazíamos antes”, disse o ministro de Defesa alemão Thomas de Maizière

Foto de 6 de setembro de 2013 mostra a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, durante cúpula do G20, em São Petersburgo
Conversas ao pé do ouvido. O governo de Barack Obama supostamente teria escutado conversas telefônicas de Angela Merkel (Kirill Kudryavtsev/AFP)
O ministro alemão de Relações Exteriores, Guido Westerwelle, convocou nesta quinta-feira o embaixador dos Estados Unidos em Berlim, John B. Emerson, para pedir explicações diante dasuposta espionagem do celular da chanceler Angela Merkel, segundo informaram os veículos de imprensa germânicos.
Westerwelle receberá o embaixador pessoalmente ainda hoje. Nesta quarta-feira, Merkel falou por telefone com o presidente americano Barack Obama para cobrar esclarecimentos sobre as suspeitas de espionagem. A Casa Branca negou que os Estados Unidos estejam escutando ou tenham escutado as conversas da chanceler. Segundo informações do jornal New York Times, Merkel estava “brava” durante a conversa telefônica com Obama e lhe disse que, se a informação for confirmada, "desaprova totalmente" essas práticas, as quais considera "inaceitáveis".

Leia também
Governo alemão suspeita que EUA grampearam telefone de Angela Merkel 
NSA espionou 70 milhões de ligações na França, diz jornal


Para o ministro da Defesa alemão, Thomas de Maizière, se a espionagem for confirmada, “será um caso realmente grave”, ressaltou hoje em entrevista à televisão ARD. “Os americanos são e continuarão sendo nossos melhores amigos, mas isso é inaceitável”, ressaltou Maizière. Ele também sugeriu que a suposta espionagem poderia trazer consequências nas relações entre os dois países. “Nós não podemos voltar aos negócios como fazíamos antes”, disse.
Segundo o titular da pasta, há anos ele dá como certo que escutam suas conversas no celular, mas nunca havia pensado que os americanos fariam isso. A Comissão Parlamentar de Segredos Oficiais, encarregada de controlar o trabalho dos serviços de inteligência, realizará uma sessão extraordinária para avaliar as suspeitas. “Quem espiona a chanceler espiona também os cidadãos”, manifestou o presidente da Comissão, o social-democrata Thomas Oppermann, que considerou que as atividades da Agência Nacional de Segurança americana (NSA) estão “à margem de todos os controles democráticos”.
França
O serviço de inteligência dos Estados Unidos foi forçado a responder à insatisfação do governo de França sobre a extensão de seu programa de espionagem, garantindo que as notícias sobre o assunto veiculadas pelo Le Monde no início da semana eram "imprecisas e enganosas". O diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, questionou a veracidade das matérias no jornal francês sobre as atividades de inteligência americana. "A informação de que a NSA realizou mais de 70 milhões de gravações de dados telefônicos de cidadãos franceses é falsa", assegurou Clapper.
Questionado, o jornal confirmou as informações sobre as operações de espionagem em massa da NSA na França. Em resposta ao governo dos EUA, o Le Monde publicou em sua página on-line o que alega ser um documento procedente da NSA. Trata-se de um "gráfico que descreve a magnitude das vigilâncias telefônicas realizadas na França" - explica o jornal. O gráfico "indica claramente que os dados de 70,3 milhões de comunicações francesas foram gravadas pela agência" - insistiu o jornal, ratificando as matérias publicadas no início da semana.
O presidente francês, François Hollande, manifestou sua "profunda rejeição" às "práticas inaceitáveis" do país aliado em uma conversa por telefone com o presidente americano, Barack Obama, e pediu "uma cooperação bilateral" entre os serviços de inteligência. Alguns observadores e outros veículos da imprensa francesa relativizaram o impacto do caso na relação entre os dois países. O jornal Le Parisien/Aujourd'hui escreveu em sua manchete "Paris irritada, mas não muito". Para especialistas, os dois países precisam um do outro na cooperação contra o terrorismo.
Fonte: http://veja.abril.com.br



Dilma Rousseff  (Getty Images)
Para Dilma, espionagem realizada pelos EUA não se justifica

A presidente Dilma Rousseff usou nesta terça-feira o palanque privilegiado da Assembleia Geral da ONU para afirmar que a espionagem atribuída aos Estados Unidos, por meio da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês), representa uma violação dos direitos humanos e um desrespeito às soberanias nacionais.
Primeira líder a falar no debate geral de chefes de Estado da organização, a presidente disse que "a rede global de espionagem" da NSA provocou "indignação e repúdio" em "amplos setores da opinião pública mundial” e ainda mais no Brasil, onde ela própria, seus ministros e a Petrobras teriam sido alvo das ações.

"Jamais pode uma soberania firmar-se em detrimento de outra soberania. Jamais pode o direito à segurança dos cidadãos de um país ser garantido mediante a violação de direitos humanos fundamentais dos cidadãos de outros países", protestou Dilma. "Pior ainda", continuou, quando empresas privadas fazem parte do esquema.
"Estamos, senhor presidente, diante de um caso grave de violação dos direitos humanos e das liberdades civis", disse Dilma, dirigindo-se ao presidente desta sessão da Assembleia, John Ashe, embaixador de Antígua e Barbuda na ONU. "Da invasão e captura de informações sigilosas relativas a atividades empresariais e, sobretudo, de desrespeito à soberania nacional".
"Não se sustentam os argumentos de que a interceptação ilegal de informações e dados destina-se a proteger as nações contra o terrorismo. O Brasil", disse Dilma, "repudia, combate e não dá abrigo a grupos terroristas".

'Inadmissíveis'

Por tradição, cabe ao mandatário brasileiro abrir os trabalhos da plenária de líderes das Nações Unidas, o principal fórum que reúne os líderes dos 193 países-membro da organização. O tema deste ano era "Agenda de Desenvolvimento Pós-2015: Preparando o cenário".
Dilma Rousseff já tinha avisado que ancoraria o seu discurso na polêmica envolvendo a espionagem americana. Até a Casa Branca já esperava que ela fizesse críticas mais fortes aos EUA, mas ainda havia dúvidas sobre quão duro seria o tom que a presidente adotaria.
A versão final do discurso ficou pronta às 4h da manhã, e assessores do Planalto disseram que até no café da manhã a presidente ainda rabiscava mudanças no texto.
Indiretamente, a presidente fez menção à importância do caso na sua decisão de adiar uma visita ao Estado aos EUA em outubro.
"Governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis."
Dilma Rousseff
"Governos e sociedades amigos, que buscam consolidar uma parceria estratégica, como é o nosso caso, não podem permitir que ações ilegais, recorrentes, tenham curso como se fossem normais. Elas são inadmissíveis."
Segundo documentos secretos da NSA revelados pela imprensa, o governo dos EUA teria interceptado telefonemas e e-mails da presidente e de seus principais assessores, assim como dados sigilosos da Petrobras.
As denúncias provocaram um forte abalo nas relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, que culminaram com o adiamento de um encontro entre Dilma e o presidente americano, Barack Obama. A reunião estava prevista para ocorrer em outubro, em Washington.

Uso e segurança da internet

Como esperado, a presidente manifestou apoio a medidas voltadas para incrementar a segurança dos dados nas comunicações globais e a governança da internet.
Esse tema tem sido alvo de discussões em várias instâncias da ONU. No Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, por exemplo, cerca de 250 entidades assinaram uma carta de princípios internacionais com recomendações para que os governos não façam uso de práticas de vigilância ilícitas e abusivas nas comunicações globais.
A Alta Comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Navi Pillay, e o relator especial para Liberdade de Expressão da ONU, Frank La Rue, já expressaram preocupação com as implicações das ações da NSA.
"O problema transcende o relacionamento bilateral (entre EUA e Brasil)", colocou Dilma. Ela disse que o Brasil apresentará propostas para criar um marco civil multilateral para garantir a liberdade de expressão na internet, estabelecer uma governança democrática e multilateral da rede e preservar o seu caráter de universidade, diversidade e neutralidade.
"As tecnologias de telecomunicações e informação não podem ser o novo campo de batalha entre os Estados. Este é o momento de criarmos as condições para evitar que o espaço cibernético seja instrumentalizado como arma de guerra, por meio da espionagem, da sabotagem, dos ataques contra sistemas e infraestruturas de outros países", defendeu a presidente.

Síria e Brasil

Dilma também falou de outros temas na ONU. Ela defendeu uma solução negociada para a Síria e disse que é uma "derrota coletiva" que a organização cumpra 70 anos, em 2015, "sem um Conselho de Segurança capaz de exercer plenamente suas responsabilidades no mundo de hoje".
Esta "limitada representação", disse Dilma, está relacionada às dificuldades da ONU em oferecer uma solução para o conflito sírio e à "paralisia" no tratamento das negociações de paz entre israelenses e palestinos.
A presidente defendeu ainda reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI) para elevar a participação dos países emergentes em decisões que afetam a economia global, que continua "frágil", nas palavras da presidente.
Em outro ponto do discurso, a presidente se referiu aos protestos ocorridos no Brasil em junho, dizendo que, em vez de reprimi-los, o governo "ouviu e compreendeu as vozes das ruas. Porque nós viemos das ruas".
"Os manifestantes não pediram a volta do passado. Pediram um avanço para um futuro com mais direitos, mais conquistas sociais."
"Nossa estratégia de desenvolvimento exige mais, tal como querem todos os brasileiros e as brasileiras", afirmou.
Dilma também destacou conquistas sociais de seu governo, como a redução da desigualdade e a saída de milhões de brasileiros da pobreza.

Desenvolvimento sustentável

Ainda nesta terça-feira, a presidente Dilma Rousseff participa de uma sessão de alto nível para encaminhar as resoluções da Rio+20, realizada no ano passado.
A conferência discutiu o modelo de desenvolvimento sustentável que os governos devem buscar a partir de 2015, em substituição às metas básicas de redução da pobreza e elevação de indicadores sociais contidas nos Objetivos do Milênio.
"O grande passo que demos no Rio de Janeiro foi colocar a pobreza no centro da agenda do desenvolvimento sustentável”, disse Dilma. "A pobreza, senhor presidente, não é um problema exclusivo dos países em desenvolvimento, e a proteção ambiental não é uma meta apenas para quando a pobreza estiver superada."
A ONU estabeleceu o Fórum de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, que reúne governos e chefes de Estado. A instância se reunirá a cada quatro anos na Assembleia Geral da ONU, com reuniões em nível ministerial uma vez por ano. Suas deliberações se traduzirão em declarações governamentais acordadas pelas partes.
A partir de 2016, a instância acompanhará a implementação das metas de desenvolvimento sustentável pelos países da ONU.
Fonte:http://www.bbc.co.uk


"Brasil é o grande alvo dos EUA", diz jornalista que obteve documentos de Snowden

Guilherme Balza
Do UOL, em Brasília
  • Laycer Tomaz / Câmara dos Deputados
    Jornalista do "Guardian", Glenn Greenwald participou de audiência pública no Congresso em agosto
    Jornalista do "Guardian", Glenn Greenwald participou de audiência pública no Congresso em agosto
O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que revelou os documentos secretos obtidos por Edward Snowden, disse em entrevista por telefone ao UOL que o Brasil é o maior alvo das tentativas de espionagem dos Estados Unidos. "Não tenho dúvida de que o Brasil é o grande alvo dos Estados Unidos", disse o jornalista, que promete trazer novas denúncias. "Vou publicar todos os documentos até o último documento que deva ser publicado. Estou trabalhando todo dia."
Greenwald revelou esta semana, em reportagem em conjunto com o programa "Fantástico", da TV Globo, que o governo americano espionou inclusive os e-mails da presidente Dilma Rousseff e de seus assessores próximos.
Snowden era técnico da NSA, a agência de segurança americana, e revelou ao jornal britânico "The Guardian", onde Greenwald é colunista, o escândalo de espionagem norte-americano.
O governo brasileiro já cobrou uma resposta formal e por escrito à Casa Branca. Em nota, o Departamento de Estado americano disse na terça-feira (3) que "responderá pelos canais diplomáticos" aos questionamentos do Brasil. O departamento não comenta publicamente as denúncias, mas afirma que os EUA "sempre deixaram claro que reúnem inteligência estrangeira". Para o jornalista, o Brasil tem de dar uma resposta "enérgica" e "menos vaga" aos EUA.
Segundo Greenwald, o que motiva os EUA a espionar até mesmo aliados é o desejo por poder. "Sempre que os Estados Unidos estão fazendo espionagem o poder deles aumenta muito. Então, para saber tudo o que eles querem fazer, coletam tudo o que for possível. Mas com certeza é para obter vantagens industriais e também por questões de segurança nacional."
O jornalista mora no Brasil e namora um brasileiro, David Miranda, que foi parado pela polícia britânica e interrogado por nove horas, quando voltava de Berlim para o Rio de Janeiro no último dia 18.
Leia abaixo a entrevista de Greenwald ao UOL:
UOL - O que o senhor tem achado da posição da diplomacia brasileira após as últimas denúncias de espionagem contra a presidente Dilma Rousseff e assessores?
Glenn Greenwald - A questão é se vai ser convertido em ação [a reação do governo brasileiro] ou se eles vão ficar expressando isso com palavras e nada vai acontecer. Vamos ver.
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Caso Edward Snowden43 fotos

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1º.set.2013 - Em reportagem do jornalista Glenn Greenwald para o jornal "Fantástico", da TV Globo, o ex-técnico da CIA Edward Snowden revelou que a presidente Dilma Rousseff e seus assessores foram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês). Segundo documentos mostrados por Greenwald, que mora no Rio de Janeiro, o objetivo da NSA era "entender melhor" a comunicação da presidente com sua equipe Leia mais Roberto Stuckert Filho/PR
Que tipo de medida, de ação, o governo brasileiro poderia tomar diante dessas denúncias?
Há várias coisas que eles podem fazer para tentar encontrar a solução, para mostrar aos Estados Unidos que eles estão preocupados com as denúncias de espionagem. Não sei se eles vão querer fazer isso ou se só estão mostrando ao povo que estão zangados. Acho que o ponto mais importante é o povo pressionar o governo brasileiro para fazer alguma coisa real contra essa invasão.
Esses documentos secretos mostram que houve espionagem, além do Brasil e do México, da presidente Dilma e do presidente do México [Enrique Peña Nieto], de outros líderes mundiais?
Sim, mas esses documentos foram extremos para mim porque se dirigem pessoalmente e especificamente [aos presidentes]... Os alvos foram esses dois líderes, de maneira pessoal. E tem outros governos que os Estados Unidos estão fazendo espionagem, claro. Há artigos que já escrevi com invasões [virtuais] de embaixadas ou consulados, coisas assim. Mas esse foi o primeiro artigo publicado em que a espionagem se dirige muito pessoalmente a líderes democráticos como alvo muito forte. Não estou falando que não tenham outros [líderes espionados], mas com certeza, até agora os dois [Dilma e Peña Nieto] foram os únicos [espionados] assim.
O senhor pretende buscar nesses documentos informações sobre outros líderes ou mesmo novas informações com relação ao Brasil?
Com certeza. Eu vou publicar todos os documentos até o último documento que deva ser publicado. Estou trabalhando todo dia para analisar mais documentos. Não tenho dúvida de que o Brasil é o grande alvo dos Estados Unidos. Talvez tenham outros líderes que eles estão fazendo isso, mas é raro fazer isso com aliados, países amigos, como Brasil e México. Eles têm muito interesse no Brasil por várias razões. Acho que tem outros países, mas o Brasil é um dos principais.
Poderia citar alguns outros países que foram espionados?
Estou trabalhando com outras organizações. Já tive muita coisa publicada sobre como os Estados Unidos fizeram espionagem contra a Alemanha, contra o governo da União Europeia, mas em breve vão ter [denúncias de espionagem] de outros países também.
Além de obter vantagens comerciais, o senhor vê alguma outra motivação para essa espionagem?
A espionagem dá muito poder. Todos os governos, na história, que quiseram controlar o mundo, controlar a população, usam a espionagem para fazer isso. Quando você sabe muito sobre o que outros líderes estão pensando, planejando, comunicando, você pode controlá-los muito mais porque você sempre sabe o que eles estão fazendo. O motivo é o poder. Sempre que os Estados Unidos estão fazendo espionagem, o poder deles aumenta muito. Além disso, o sistema brasileiro de telecomunicação, como é um alvo grande, um alvo forte, eles podem coletar dados de comunicações de muitos outros países. Por exemplo, se tem alguém na China que está mandando e-mails para alguém na Rússia, muitas vezes pode atravessar o sistema do Brasil. Na internet funciona assim. Então, para saber tudo o que eles querem fazer, coletam tudo o que for possível. Mas com certeza é para obter vantagens industriais e também por questões de segurança nacional.
Nos documentos que o senhor tem em mãos, em algum deles aparece o conteúdo das interceptações?
O programa que eles usaram contra a Dilma com certeza coletou o conteúdo dela. Mas não tenho mensagem específica como tive com o presidente do México porque eles só mostraram exemplos de como o sistema está funcionando. Com certeza eles estão coletando não só os metadados [dados sobre os vetores de comunicação, mas não sobre o conteúdo destas] mas o conteúdo também, como publicamos.
O senhor teme sofrer alguma retaliação por conta dessas novas denúncias?
Tem muitos políticos que estão ameaçando, pedindo para que me prendam, falando que sou criminoso. Há debates na televisão sobre se eu sou jornalista ou criminoso. Meu advogado recomenda que eu ainda não volte para os Estados Unidos até que eles possam resolver tudo. Acontece com meu companheiro na Inglaterra, que ficou detido por nove horas. Quando você faz jornalismo contra facções mais poderosas eles vão te atacar. Eu sabia que iria acontecer, mas não vou parar nem um pouco por causa disso.
O que o senhor espera do governo americano? Que resposta eles podem dar diante dessas denúncias?
O governo dos Estados Unidos está muito arrogante com países que eles julgam mais fracos. O único jeito que o país pode ter o respeito dos Estados Unidos é mostrar força para defender seus direitos. O governo norte-americano acha que se o Brasil não está encarando com seriedade, fazendo coisas e agindo de maneira séria, eles não vão respeitar o governo brasileiro. O governo americano pode dar uma explicação menos genérica, e mais direta, interessante, se o Brasil for mais enérgico, menos vago.
O senhor tem se comunicado com Edward Snowden com qual frequência?
Mais ou menos todos os dias.
Ele tem lhe passado novas informações?
Estamos sempre discutindo o fato que está sendo criado com as divulgações dele, mas todos os documentos ele me deu em Hong Kong (China). Quando ele chegou à Rússia, não me deu mais documentos. E acho que ele não pretende dar mais documentos a ninguém porque ele tem esse acordo com o governo russo para não vazar mais documentos. Todos os documentos ele já me deu.



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